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CELESTIAL VIOLET WOMAN, DE NADIA Z

Perfumart - resenha do perfume Nadia Z - Celestial Violet Woman

A fragrância de Celestial Violet foi criada em 2015 em duas versões: uma voltada para o público masculino e outra para o feminino. Ambas fazem parte da coleção Ecosystems – Gobi (Spiritual) e retratam o crescimento interior: transcender, seguir seu próprio caminho e florescer com segurança.

O conceito criativo fala de Gobi (deserto, em Mongol) e de sua atmosfera arenosa que, ao anoitecer, revela uma lua fria e pacífica, de tons brancos, azuis e violetas.

A fragrância de Celestial Violet Woman é muito similar à da versão masculina e traz notas de jacinto, violeta, rosa, resina de Omumbungu da Namíbia, madeiras preciosas, strawberry gum, musgos, Buchu africano, raízes, ervas e especiarias, hyraceum e óleos nativos de Ximenia e Bacuri.  

E conforme tenho feito com todas as resenhas desta casa, tentarei explicar alguns desses ingredientes antes de relatar o comportamento do perfume na minha pele, certo?

A resina de Omumbungu é obtida da Commiphora krauselliana, também chamada de Árvore da Hiena. Possui um cheiro levemente animalesco e, ao mesmo tempo, limpo e quase mineral; A Strawberry Gum (goma de morango, em tradução literal) é produzida de uma espécie de eucalipto (Eucalyptus olida), que só é encontrado na Austrália e está ameaçado. Diferente dos outros tipos de eucalipto, o óleo produzido a partir de suas folhas tem cheiro doce, fazendo lembrar um misto de morango, banana e canela; o Buchu (Agathosma betulina e ovata) só pode ser encontrado na África do Sul e seu óleo possui um cheiro forte de groselha fresca; O Hyraceum é o excremento petrificado da Procavia Capensis (também conhecida como Rock Hyrax), composto por fezes e urina e cujo resultado possui elementos que combinam o cheiro da civeta, do castóreo, do almíscar e até do tabaco; a Ximenia é conhecida como ameixa azeda africana, cujo óleo tem consistência de mel e ajuda a prolongar a duração do perfume e, por fim, a Bacuri é uma fruta popular da região norte e dos estados vizinhos à região Amazônica e produz uma manteiga de cheiro terroso e musgoso.

Na pele, Celestial Violet Woman se comporta como um floral-aromático-mineral mais interessante do que a sua versão masculina. Isso porque a saída traz a mesma explosão verde e vegetal do jacinto, mas ganha uma nuance mais nobre, proveniente da rosa. O toque adocicado e frutado, que eu atribuo à nota canforada e doce de Strawberry Gum também existe, mas não é tão duradouro desta vez. Em compensação, nesta versão feminina a fragrância demora mais tempo para perder potência e traz mais evolução, oferecendo uma secagem que não é só mineral, mas é, também, levemente incensada.

Assim como nos demais duos de fragrâncias criados pela perfumista, este duo também carrega o mesmo DNA criativo, mas os resultados se mostram bastante divergentes ao longo do tempo. Particularmente, não vejo razão para continuar produzindo a versão masculina, quando existe esta aqui, muito superior em todos os aspectos.

Celestial Violet Woman é um belo floral que, embora tenha sido criado e comercializado para o público feminino, se provou ser facilmente compartilhável. Após conhecer ambas as versões, eu não tenho dúvidas de que esta é bem melhor.  

*imagem: reprodução / nadiaz.ch


 

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BORRIFANDO CONHECIMENTO HÁ ANOS. Crítico de fragrâncias, jurado de premiações nacionais nas categorias de perfumaria fina e cosméticos masculinos, além de consultor particular de estilo em fragrâncias e criador do Perfumart, maior blog especializado no assunto.

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