A linha CH surgiu em 2007, justamente, com o lançamento do CH for Women, que veio antes da versão masculina. Algumas versões (flankers) vieram em seguida, mas muitas delas sequer figuraram no mercado brasileiro, como CH Marine, CH Garden Party, etc.
Em 2013, foi a vez de CH Sublime, que trouxe o primeiro frasco alongado e coberto por couro, mudando a identidade visual da linha CH. Em fevereiro de 2017, noticiei (aqui no portal) o lançamento desta nova versão, chamada CH Privée. De certa forma, é a versão feminina de CH Men Privé, lançado em 2015.
CH Privée Eau de Parfum defende, em seu conceito, uma das coisas mais raras da atualidade: a privacidade, responsável pela curiosidade e pelo mistério que ronda tudo aquilo que fazemos e que está tão banalizada, em tempos de redes sociais.
Assim como já aconteceu antes com fragrâncias de outras grifes, inspiradas pelo “vestidinho preto”, desta vez a mulher CH se arruma com um belo vestido vermelho, sensual e misterioso, usando saltos e acessórios. E seu perfume, criado por Dominique Ropion, mistura notas inusitadas, como absoluto de osmanthus, caviar de baunilha, patchouli e couro, além de pimenta rosa e almíscar.
CH Privée Eau de Parfum possui dois momentos distintos: inicialmente, quando toca a pele, é intenso e quente. O lado frutado da flor de osmanthus se revela, como uma compota de damascos. Em pouco tempo, a fragrância parece sumir e perder força, apresentando uma faceta mais salgada. Normalmente, a nota sintética de caviar tem esta faceta. Mas aqui, o acorde foi de um caviar mais cremoso, feito com baunilha. Pode não ser o caso, mas há um aspecto mais salgado, que chega a conferir um estilo mais masculino ao perfume, ainda que de forma sutil. Então, chega o outro momento distinto, quando notas de jasmim, rosa e patchouli se encontram, mostrando uma base mais floral e seca.
Na minha pele, CH Privée perde não só a graça, bem como a potência, conforme evolui. A saída é magnífica e o perfume exala bastante. Porém, em menos de duas horas, se torna fraco e permanece rente à pele, embora possua boa fixação. É agradável, mas não trasmite a ideia de mistério, que está atrelada ao rastro deixado por uma mulher quando ela passa. Talvez até funcione, mas serão necessárias mais borrifadas do que o costume, o que pode incomodar algumas consumidoras.
O frasco é lindo, o acabamento é digno dos produtos da marca e a fragrância atende às mulheres que gostam de perfumes mais intimistas, mantendo a elegância. Ainda assim, não se comporta como uma Eau de Parfum e isso me decepcionou. Particularmente, ainda prefiro a versão Sublime.
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Falando em perfume feminino, quando teremos resenhas dos perfumes exóticos da Mac? 😀
Se um dia a empresa me enviar a linha de fragrâncias, com certeza farei as análises.