Daim Blond foi lançado em 2004 e seu nome significa, em Português “Camurça Loira”, na tradução literal. Mas no sentido figurado, a tradução seria “Camurça Clara”, da mesma forma que acontece quando falamos das madeiras claras que, em Inglês, recebem o nome de “Blond woods”.
Serge Lutens se inspirou na suavidade da camurça branca e defende sua ideia dizendo: “Tão loiro quanto um sueco, tão amarelo quanto a seda do milho, tão dourado quanto o sol ou um menino de ouro ou qualquer outra coisa que você pode imaginar”.
Daim Blond abre com notas de cardamomo do Ceilão e espinheiro-alvar, seguidas por íris e sementes de damasco, finalizando com uma base de almíscar, heliotrópio e couro.
Na pele, o que poderia ser uma grande fragrância, se revela uma criação leve e sem nada a acrescentar. Durante cinco minutos, o perfume é adorável e traz aquele aspecto acourado de tantos outros perfumes de nicho do mercado. Porém, em menos de duas horas, a fragrância praticamente some, deixando um suave rastro de couro e baunilha, que é resultado do heliotrópio.
Cardamomo? Íris? Não aqui na minha pele!
Pelo visto, Daim Blond é mutante. Já li relatos de pessoas que acharam sua fragrância extremamente doce, outras disseram que o perfume resultou em uma geleia de damascos e, ainda, há quem tenha se incomodado com uma nuance saponácea.
Na minha opinião, Daim Blond é um fracasso se comparado ao resto das criações da casa. Ouso até dizer que, por não fazer parte da coleção das Águas de Lutens, a decepção se faz ainda maior. Pelo menos, perfumes frescos possuem ingredientes mais voláteis, o que é compreensível. Não é este o caso!
Encerro minha análise com uma comparação: Daim Blond poderia transmitir a deliciosa sensação de estar vestindo uma linda jaqueta de camurça branca, justa e, ao mesmo tempo, confortável. Mas não passou de uma jaqueta de plástico barato, sem corte, caimento e, sobretudo, qualidade.