O perfume Ernest foi relançado em agosto de 2022, em concentração de Parfum Extrait, após a parceria de produção firmada entre a Gentleman’s Nod e a Casa de Fragrâncias Mane. Porém, Ernest foi uma das primeiras fragrâncias comercializadas pela marca (junto com GEORGE, JACKIE e JOHNNY), através do trabalho iniciado pelo fundador com fragrâncias aplicadas em produtos de barbear, não para o corpo.
Seu nome presta homenagem a Ernest Hemingway e a nova formulação foi criada por Vincent Kuczinski. Com 27% de concentração, é classificada como cítrica-frutal e traz notas de lima, manga, bergamota, limão e toranja, na saída. Em seguida, notas de tabaco, lavanda e jasmim batem no coração, enquanto a base carrega notas de tabaco, cedro, vetiver e sândalo.
Ernest é um exemplo do que acontece quando o clássico encontra a modernidade. É a representação do universo masculino, especialmente, quando pensamos no barbear e nas fragrâncias de uma época passada, cheias de citrinos, madeiras e musgo.
A saída é como um passeio pela Itália e pelos espaços dos produtores da famosa bergamota da Calábria. Nesta fragrância, a bergamota reina e seu inebriante perfume sobrepõe as demais nuances azedas, ácidas e vibrantes da lima (para nós, o limão Tahiti) e do limão siciliano. E a qualidade é evidente!
A evolução é quase nula e tudo gira em torno do tabaco e das notas cítricas. Mas Ernest não revela um tabaco extremamente rico ou adocicado. Para mim, não se trata de um tabaco evidente, mas de um tabaco leve, herbal e com facetas mais próximas das composições fougères.
A beleza está em encontrar o jasmim, muito sutil, e em sentir o aspecto tropical que a nota de manga exala vez ou outra. A secagem é mais verde, amadeirada e o vetiver está em harmonia com a nota de tabaco, que ganham um toque de cremosidade vindo do sândalo.
Quem se identifica com Ernest? Aqueles que já usaram Armani Eau Pour Homme, a título de ilustração. Mas é claro que a fragrância de Ernest é mais atual.
Na minha pele, porém, a performance não foi tão impressionante. É o tipo de perfume com muitas notas voláteis e, portanto, uma sensação de menos durabilidade e projeção. Perto de Juniper Reverie, por exemplo, Ernest é quase imperceptível.
Por fim, classifico Ernest como uma fragrância de uso diurno, com certa versatilidade, que é excelente para ambientes profissionais e possui ótima qualidade. Não sei se compraria um segundo frasco, mas sinto que o “efeito assinatura” pode crescer com o tempo.
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