Pouco tempo depois do renascimento de Vivre, em 1971, a grife Molyneux lançava Quartz Pour Femme, em 1977. Rapidamente, as vendas decolaram ao redor do mundo, já que sua fragrância trazia muita similaridade com outras de marcas concorrentes, maior sucesso e de muito mais peso no mercado mundial, como Diorella (Dior, 1972) e Cristalle (Chanel, 1974). E você aí pensando que essa coisa de uma empresa se inspirar nas outras fosse coisa recente, não é mesmo? Bobinha…
Me lembro bem que, nos anos 80, algumas meninas do bairro e da escola gostavam de roubar umas gotinhas dos frascos de Quartz de suas mães. Me recordo, como se fosse hoje, da primeira vez que vi um frasco dele de perto, juntamente com o frasco de Gentleman, de Givenchy. Pertenciam, respectivamente, à mãe e ao pai de uma amiga da rua, que viajavam para o exterior nas férias. Tenho muitas memórias envolvendo a perfumaria!
Então, durante alguns anos, a Molyneux parece ter sido abduzida, até que voltou a aparecer por aqui com a versão masculina de Quartz, com a qual tenho verdadeiro caso de amor. Em 2008, a linha feminina foi trazida de volta à vida com o lançamento de Quartz Pure Red. Em 2012, a versão Je T’aime e, em 2018, esta versão Rose.
Quartz Rose é uma Eau de Parfum floral e oriental, que possui notas de amêndoas, limão e pera, na cabeça; Jasmim, tuberosa e rosa, no corpo; Sândalo, fava tonka e baunilha, no fundo. E apesar de carregar flores conhecidas por seu teor acentuado, quase narcótico, a fragrância abre com muita leveza. Ao tocar a pele, traz um cheiro azedinho-doce bastante jovial, com um delicioso aroma frutado e verde de peras suculentas. Só não indico ficar cheirando por muito tempo o local aplicado, pois o aspecto adstringente pode ficar mais perceptível e o cérebro deixa de identificar o bom para focar no que incomoda.
Na parte do corpo, esqueça a tuberosa como você conhece. Aqui, as facetas exploradas foram as de aspecto frutado, alaranjado. O jasmim e a rosa dominam e trazem aquele ar de sofisticação bastante conhecido em outras fragrâncias do tipo. Por fim, o brilho cítrico do início some e Quartz Rose se torna, cada vez mais, um misto de jasmim e baunilha.
Quartz Rose não projeta muito, mas possui boa durabilidade. Para uma Eau de Parfum, merecia um pouco mais de essência, garantindo mais presença, de forma geral. Mas é uma fragrância chique, moderna, jovial e com um toque de elegância, muito apreciável para o ambiente de trabalho. Sem contar que o preço que se paga em um frasco de 100ml no Brasil (cerca de R$150 durante o meu período de testes), após toda a etapa de importação, é um ótimo negócio para uma grife francesa que completou 1 século de vida. Vale a pena experimentar!
Por favor, faça uma resenha do Rue La Boétie! Essa criança agradece!
Vou mostrar seu pedido ao pessoal da grife no Brasil. Se pintar por aqui, farei.