Com a proposta de trazer um aroma que represente o jovem urbano, aquele que faz, através de suas manifestações artísticas, como o grafite, a sua própria voz e o seu manifesto, a Natura utilizou matérias-primas inovadoras, nunca utilizadas antes na perfumaria mundial. Para tal, uniu forças à Givaudan e um time de 3 perfumistas foi criado para dar vida à esta fragrância.
No topo da composição, foram adicionadas notas de pomelo, mandarina, pimenta rosa, gengibre, acorde aquoso e cardamomo. No coração, lavanda, zimbro, alecrim, noz-moscada e a inovadora Akigalawood, que é obtida do patchouli, através de biotecnologia. Segundo o Relatório Anual de 2012 da Givaudan, a Akigalawood possui aspectos especiarados (ou especiados, como se fala hoje em dia) de pimenta e cúrcuma, que se fundem a nuances amadeiradas similares a do agarwood, com um toque floral que lembra rosas. É obtida através da transformação enzimática de uma determinada fração do óleo essencial do patchouli. Por fim, a base carrega notas de almíscar, cedro, patchouli e âmbar.
Assim que borrifado, logo nos instantes iniciais, o aroma que chega às narinas não me agradou. Isso porque o que eu senti foi aquele cheiro que me fez pensar, de imediato: “mais um típico perfume nacional”. Não que isso (ser nacional) seja um defeito ou que eu possua qualquer tipo de preconceito. Muito pelo contrário, sou um grande defensor da perfumaria nacional. Mas preciso reportar, com honestidade, as sensações que os perfumes me transmitem quando estou analisando-os, antes de produzir as resenhas. E como estamos em 2014, acho que a tecnologia e o número de profissionais da área cresceram bastante, a ponto de ainda termos fragrâncias com o mesmo aroma das produzidas nos anos 80, quando ainda se copiavam as fragrâncias importadas mais famosas. Portanto, a crítica que faço aqui é relacionada à falta de criatividade.
Mas este aroma, que me remeteu a tantas outras criações nacionais, felizmente se esvai em cerca de 2 minutos. Então, é possível notar uma saída mais frutada e, ao mesmo tempo, herbal. Após cerca de 15 minutos, o coração já começa a bater mais forte, quando nuances mais amadeiradas surgem, juntamente com o zimbro e o alecrim. Até então, o perfume se mostrou bastante aromático. Passada cerca de 1 hora, uma evolução acontece e a fragrância começa a se tornar mais cremosa, graças ao âmbar. É possível, então, sentir bastante cedro no fundo.
Trata-se de um perfume jovial e muito bom para uso diário, com projeção ativa por cerca de 3 horas e fixação garantida entre 6 a 7 horas, pelo menos na minha pele. O frasco lembra, de certa forma, o do Play (Givenchy) e traz 4 artes aleatórias que não podem ser escolhidas, pois a embalagem é sempre a mesma. Faz parte da surpresa de ser #urbano. Surpreenda-se!
*imagem: reprodução / natura.com.br
Latest posts by Cassiano Silva (see all)
- Parceria entre Coach e Interparfums segue até 2031. - 22/03/2025
- L’Oréal adquire participação na Amouage – O que vem por aí? - 02/03/2025
- PORTINARI ABSOLUTO, DE O BOTICÁRIO - 17/01/2025
- STYLETTO ELEGANCE, DE O BOTICÁRIO - 17/01/2025
Tenho um que comprei por R$30,00 de um amigo que detestou.
Eu, ao contrário dele, sou completamente viciado nesse perfume. Uso o meu com cuidado, pois há comentários de que mudaram a fórmula. Hoje mesmo estou indo buscar mais um frasco.
Em mim, além do aroma que fica MUITO agradável e perfeito para o verão, tem uma projeção de mais de 3 horas (ficava no elevador da faculdade por quase meia hora haha) a fixação passa das 10 horas. Foi um perfume que casou comigo em exatamente tudo!
Bela resenha, como sempre!
Opa, obrigado!