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VALENTINO UOMO, DE VALENTINO

Perfumart - resenha do perfume Valentino UomoMais uma vez, me deparo com uma fragrância que já chega ao mercado recheada de comparações e muita coisa a ser dita. A primeira coisa que se lê por aí, é que “Valentino Uomo é igual ao Dior Homme”. E mais uma vez, eu abro espaço para criticar as generalizações feitas por pessoas que se esquecem que, uma vez colocada a sua opinião, você influencia na opinião de uma outra pessoa. Por isso, eu tomo sempre cuidado com esses termos, já que existe uma grande diferença entre dizer “é igual” de “é parecido” (ou similar).

É muito comum quando uma marca pede ao seu perfumista para criar algo “muito parecido” com determinado perfume da marca concorrente, mudando pouca coisa na composição e tentando captar o público para o seu produto. Mas no caso de Valentino Uomo, é mais importante prestar atenção a um detalhe que faz toda a diferença: o perfumista das duas criações é o mesmo: Olivier Polge. Ou seja, seria muita estupidez por parte do criador, ficar com seu nome e/ou reputação suja, no meio perfumístico, com o risco de ser taxado de “sem criatividade” ou “antiético”, ao reproduzir um grande sucesso para uma marca da concorrência. Obviamente, eu acredito que possa ter sido solicitado algo no “mesmo estilo” do Dior Homme, mas dizer que são iguais, definitivamente, é um erro.

Enquanto Dior Homme possui, como maior diferencial, a presença da íris e o tal cheiro de maquiagem, além de cacau e cardamomo, Valentino Uomo nos brinda com notas de bergamota da Calábria e licor de mirtilo, no topo, seguidas por notas de creme de gianduia (misto de chocolate e avelã) e notas picantes de café, no coração, finalizadas com a intensidade do cedro e do couro branco, na base.

O resultado é um aroma de saída muito similar ao do Dior Homme já evoluído, ou seja, cerca de 5 horas depois de aplicado, quando a cremosidade fala mais alto. Prefiro até dizer que lembra mais o Dior Homme Cologne (versão de 2007). Mas isso é apenas a saída, a impressão inicial. Ainda temos pela frente toda uma evolução a ser descoberta.

Então, Valentino se mostra muito mais gourmand, com um aroma mais denso, cremoso, que faz a boca salivar, com algo que me faz lembrar daquela sobremesa chamada Tiramisu, que por sinal também é de origem italiana. O café é bem leve, mas aparece, levemente torrado. E o couro encerra a viagem de forma elegante e sensual, nada rascante, mas acolhedora.

Para finalizar, vem em um frasco belíssimo, no estilo conhecido por nós como “bico de jaca”, como as mais chiques garrafas de licor, que guardam aquele líquido de cor âmbar em seu interior, pronto para degustação.

Valentino é um belo perfume de característica italiana, que corre o risco de ser mal interpretado por causa de generalizações. Para alguns, será redundante tê-lo, caso possua uma das fragrâncias Dior Homme (EDT ou Intense). Para outros, será um diferencial. Onde você se encaixa?


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𝘽𝙤𝙧𝙧𝙞𝙛𝙖𝙣𝙙𝙤 𝙘𝙤𝙣𝙝𝙚𝙘𝙞𝙢𝙚𝙣𝙩𝙤 𝙝𝙖́ 𝙖𝙣𝙤𝙨. Crítico de fragrâncias, jurado de premiações nacionais nas categorias de perfumaria fina e cosméticos masculinos, além de consultor particular de estilo em fragrâncias e criador do Perfumart, blog especializado no assunto.

4 comments on “VALENTINO UOMO, DE VALENTINO

  1. junior blazzi

    Qual é o melhor esse ou 1 Million intense???? Dúvida mortal em comprar um deles

    • Não há melhor ou pior. Há uma questão simples de gosto pessoal.
      Tem que experimentar e ver qual te agrada mais! 😉

  2. Fernanda

    Olá Cassiano.. Será que esse perfume se comporta bem em mulheres.. Fica feminino? Achei interessante por ser doce. Obrigada!

    • Oi Fernanda!
      Sim, eu acho que pode funcionar muito bem na pele de uma mulher sofisticada, que goste de fragrâncias de estilo gourmand.

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