Volpe é o nome do mais recente perfume masculino da marca Eudora, lançado em outubro de 2020. O conceito fala do homem que faz acontecer e a inspiração vem, justamente, daquele que é capaz de questionar e evoluir a fim de concretizar seus objetivos. O nome Volpe significa raposa, astúcia (em Italiano) e vem do Latim Vulpes.
O perfumista responsável pela fragrância de Volpe foi Hernan Figoli, da Givaudan, que se identificou muito com o projeto, uma vez que é maratonista e gosta de ultrapassar seus limites. Para compor a pirâmide olfativa, ele fez uso das notas de cardamomo da Índia Orpur®, acorde de notas marinhas, bergamota italiana e sálvia, no topo. Na parte central, combinou notas de pimenta-preta de Madagascar, Black Agar (OUD), lavandin Orpur®, Hércules Club (também conhecido como pepperwood), canela do Laos e gengibre. A base traz notas de patchouli, vetiver do Haiti Orpur®, couro e cedro da Virgínia.
A essa altura, você deve estar se perguntando o que significa esse tal de Orpur® ao lado de algumas notas, certo? Eu já havia falado sobre isso em outras resenhas, mas vale repetir. Orpur® faz parte de uma coleção exclusiva de ingredientes naturais de maior qualidade, patenteada pela Givaudan, geralmente provenientes de cultivo sustentável. A coleção é vasta e inclui cardamomo, cipreste, cedro, limões, tangerinas, lavanda, mirra, várias outras resinas, noz-moscada, patchouli, hortelã, etc.
Na pele, Volpe se comporta como um belo amadeirado, exatamente como é classificado. Assim que borrifado sobre a pele, já traz muita canela, como se ela estivesse ali, na saída. Então, um cheiro forte e condimentado surge e traz cardamomo e pimenta-preta, nota que foi bastante explorada. E assim a fragrância permanece por bastante tempo, fazendo você esquecer a evolução. Sutilmente, um adocicado emerge e a nuance de OUD começa a exalar, ao mesmo tempo em que uma faceta incensada aparece. De acordo com o próprio perfumista: “o vetiver é uma nota que está presente desde a saída até as notas de fundo”. Entretanto, não foi um ingrediente que se destacou na minha pele.
Volpe não é o tipo de fragrância para quem quer chamar atenção por onde passa, porque não tem muita projeção. É mais contida e transmite elegância, algo que se vê menos, a cada dia que passa, na indústria de perfumes, exceto em grifes com essa característica, como Bvlgari e Cartier, por exemplo.
A fixação é boa (podia ser melhor) e a fragrância agrada facilmente. Mesmo sendo da família amadeirada, não carrega quaisquer traços dos clássicos de décadas passadas, então, se você não é do time dos fãs dos amadeirados mais ríspidos, musgosos e marcantes, não se preocupe com o termo “amadeirado”.
O frasco é bonito e tipicamente masculino, com um pouco do design utilizado por marcas como Azzaro (linha Pour Homme), Boss (Soul) e L’ancôme (Hypnôse). Termino aqui, no aguardo de uma versão Intense.
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