Uomo, de Zegna, foi lançado em 2013 e trouxe, mais uma vez, o conceito de transmitir o estilo italiano, inclusive, no que diz respeito aos aromas. O perfumista foi Alberto Morillas e a composição é pobremente divulgada pelas mídias do ramo. Fala-se apenas da bergamota, vetiver, cedro e folhas de violetas, mas a fragrância é bem mais complexa.
Fui um pouco mais fundo nas pesquisas e consegui descobrir a composição oficial, que contém cidra, gálbano, ambrox, toranja, jasmim Sambac, cedro, Super Hedione HC, vetiver do Haiti, patchouli e toques de almíscar, além de dois ingredientes especiais: a Bergamota de Zegna (citrus Zegna Bergamot), obtida através das bergamotas cultivadas nas propriedades da Zegna, na Calabria, e o composto floral Violettyne Captive (Firmenich), que aumenta o teor de violetas no perfume.
O conceito de elegância atemporal dos homens italianos combina com o estilo versátil da fragrância, que pode ser usada como assinatura, facilmente. O frasco foi inspirado na escadaria da Casa Malaparte, em Capri, idealizada e construída pelo jornalista e escritor Curzio Malaparte, em 1942.
Uomo, de Zegna, chegou até as minhas mãos como presente de um amigo estimado. Mas nem mesmo esse fato, além da bela composição e do conceito, são suficientes para elevar a minha opinião sobre este perfume. É classificado como amadeirado-aromático, já recebeu inúmeras críticas positivas por seu teor cítrico, mas na minha pele se comporta mesmo como um floral-amadeirado, no qual o cheiro de violetas reina, de forma absoluta, junto com o cheiro adocicado do ambrox e a faceta mais cremosa do almíscar. O lado cítrico é muito suave e parece que está aprisionado por baixo de um véu. Erro fatal!
Na minha opinião, Uomo possui uma nota de violeta muito boa, bastante comum em fragrâncias masculinas, mas podia trazer mais inovação. Não projeta bem e não evolui, embora tenha boa fixação. É ótimo para quem gosta de perfumes suaves, trabalha em ambientes compartilhados e preza por uma assinatura diária, como eu disse antes. Ainda assim, não me cativou e me deixou esperando por algo que nunca aconteceu.
Já li críticas dizendo que é um perfume genérico, mas este termo significa que o produto é vago, sem especificação. Não concordo e, particularmente, acho que o termo ideal seria ordinário, que significa comum. Não é uma questão de simplicidade ou minimalismo. É uma questão de resultado final. Não é um perfume de má qualidade, mas não me transmite o peso da grife e, consequentemente, não vale o preço cobrado.
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