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Baccarat Rouge 540 chega em edição exclusiva e preço impressiona: R$149 mil.

Perfumart - post Baccarat Rouge 540 Édition Millésime testada
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Baccarat Rouge 540: a Maison Francis Kurkdjian leva o luxo ao extremo com edição de 28 mil dólares

Poucos perfumes conseguiram romper a barreira entre a Perfumaria de Nicho e a cultura pop como o Baccarat Rouge 540, criado em 2015 por Francis Kurkdjian. Amado, criticado e copiado à exaustão, esse perfume conquistou um lugar de destaque no imaginário coletivo como sinônimo de luxo e ostentação.

Agora, quase uma década depois, ele ganha uma nova versão que coloca a marca em outro patamar: a Édition Millésime, limitada a 540 unidades – 54 frascos por ano – que serão distribuídas ao longo da próxima década e precificada em US$ 28 mil (cerca de R$ 149 mil na cotação do dia).

Mais do que uma nova versão, trata-se de um movimento estratégico no campo do ultra-luxo. Estamos falando de um mercado em que o valor não se mede apenas pelo líquido no frasco, mas por todo o universo de exclusividade que o cerca (lembrando que a perfumaria de nicho de hoje já não “exala” mais as raízes do seu movimento, dando sinais de segregação, uma exclusividade ilusória e valores altos gastos com comunicação e divulgação).

O diferencial olfativo

O grande ponto de destaque da Édition Millésime está na introdução do ambergris natural, um dos ingredientes mais raros e cobiçados da perfumaria. Poucas Casas de Fragrâncias ainda têm acesso a esse material, cujo fascínio atravessa séculos por sua capacidade de trazer profundidade e sensualidade às composições. Para Francis é um ingrediente “indescritível e intangível”.

A estrutura olfativa mantém a identidade que tornou a fragrância de Baccarat Rouge 540 um fenômeno: açafrão, jasmim, âmbar, notas minerais e a faceta adocicada de açúcar queimado, envoltos agora nessa nova camada animalizada e enigmática trazida pelo ambergris. É um ajuste que pode parecer pequeno, mas que altera toda a percepção da fragrância.

Perfumart - post Baccarat Rouge 540 Édition Millésime caixa
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O frasco como objeto de coleção e a experiência além do perfume

Se o suco é raro, o frasco não poderia ser menos. Produzido em cristal Baccarat, com detalhes em ouro 24 quilates e um spray especialmente desenvolvido para o material, ele vem acompanhado de um estojo artesanal em couro, luva de pele de cordeiro e um expositor de cristal. Só essa peça exigiu cerca de 500 horas de trabalho de 19 artesãos.

O comprador também não leva apenas um frasco. A Maison criou o clube Les Amis du Rouge, que oferece recargas anuais, encontros privados com Francis Kurkdjian, jantares exclusivos e experiências culturais, como noites na Ópera Estatal de Viena. É uma forma de transformar o ato de comprar perfume em um ingresso para um estilo de vida.

O que isso representa?

O lançamento da Édition Millésime é mais um exemplo de como a perfumaria contemporânea está sendo ressignificada sob o olhar do ultra-luxo. O objetivo não é necessariamente vender grandes volumes, mas reforçar a imagem de uma marca e posicioná-la lado a lado com a Alta Relojoaria, a Alta Costura e a Alta Joalheria.

Se o Baccarat Rouge 540 já era visto como um ícone do luxo moderno, sua nova versão consolida a ideia de que perfumes podem — e vão cada vez mais — ocupar o lugar de peças de coleção e status.

E aqui fica a provocação: até onde você iria por um perfume?

 

Imagens: reprodução | Textos: tradução e adaptação – Perfumart


 

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BORRIFANDO CONHECIMENTO HÁ ANOS. Crítico de fragrâncias, avaliador olfativo, jurado de premiações nacionais nas categorias de perfumaria fina e cosméticos masculinos, além de consultor particular de estilo em fragrâncias e criador do Perfumart, maior blog especializado no assunto.

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