Ambre Sultan foi lançada em 2000 e é definida, por Serge Lutens, como: “uma fragrância que não é oriental, mas árabe. Definitivamente, uma Lutens”.
Ele explica que o ponto de partida para a sua concepção foi uma cera perfumada encontrada em um mercado, há muito esquecida em uma caixa de madeira. E que a nuance de âmbar só se tornou sultanesca, do jeito que ele queria retratar o cheiro dos sultões, depois que foi reformulada em conjunto com a esteva (do ládano). Então, acrescentou uma nota que ninguém nunca tinha sonhado: a baunilha, pois é pegajosa e agarrou-se às suas memórias.
É engraçado o fato deste perfume ser catalogado como feminino, quando eu o acho perfeitamente compartilhável. Talvez, por conta disso, já li vários comentários de mulheres dizendo que preferem este perfume sendo usado pelos seus namorados, amigos, etc. do que por elas mesmas.
Ambre Sultan possui um delicioso âmbar – nota de destaque e tema da fragrância – que, em conjunto com resinas diversas, além de sândalo, patchouli, coentro, orégano, murta, benjoim, etc. resultam numa opulenta mistura de acordes intensos, arrebatadores e muito invasivos que irão, com certeza, incomodar quem estiver por perto, ainda mais se for mal aplicado (seja por ocasião ou de acordo com o clima). Entretanto, se bem (e pouco) aplicado, ele se mostra confortável, incensado e cremoso.
Na minha pele, Ambre Sultan resultou em um cheiro de amêndoas com um toque de incenso e, apesar de ser bastante linear, projeta e fixa o dia inteiro.
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Olá, Cassiano. Parabéns pela resenha. Você veria alguma similaridade olfativa do AMBER SULTAN com o Opium de YSL? Obrigado.
Oi Cristiano! Obrigado pelo elogio.
A minha resenha é de 2013 (devo ter conhecido a fragrância entre 2011 – 2012) sobre um perfume do ano 2000. Na época, não achei parecida com Opium (este último é mais “anisado”, enquanto AS é mais balsâmico).
Aliás, todas as fragrâncias desta marca que pude testar e avaliar me apresentaram muito da Perfumaria de Nicho, na época. E todas eram muito vanguardistas!
O que acho é que a secagem de AS, em algum momento, se aproximava da secagem do Opium, por causa do Bálsamo de Tolu e as pessoas precisam apontar referências, muitas vezes infundadas.
Hoje, já se sabe que ocorreu reformulação e as comparações agora (vide Fragrantica.com) são com Tom Ford Amber Absolute, que não é comparado ao Opium por ninguém.