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IRIS DE SYRACUSE, DE BOUCHERON

Perfumart - resenha do perfume Boucheron - Iris de Syracuse

Iris de Syracuse presta homenagem à Siracusa, da Sicília, não aquela localizada em Nova Iorque. Foi fundada pelos gregos e considerada a cidade mais importante da Grécia. O seu porto lhe trouxe poder e riqueza. 

Dentro da Boucheron La Collection representa a importância do local que foi porto de comércio entre as partes oriental e ocidental do Império Romano e Bizantino. Os caçadores de pedras encontravam, em suas encostas, uma íris aveludada e de brilho reluzente como a Ametista.

A fragrância de Iris de Syracuse foi criada por Nathalie Lorson e composta através da união de pimenta preta, mandarina e pera, no topo da pirâmide olfativa, abrindo caminho para um absoluto de íris, que se funde com notas de pétalas de jasmim, flor de amendoeira e heliotrópio, no coração, rumo à base de patchouli e almíscar branco, além de um toque de baunilha.

Na pele, Iris de Syracuse é a mais suave e inofensiva dentre as seis fragrâncias da coleção, infelizmente. Por mais que traga o ingrediente que vem sendo chamado de “ouro azul da perfumaria”, deixa a desejar em outros aspectos, principalmente projeção. Quanto à íris, é difícil não imaginar uma relação com aquele cheiro de maquiagem, que ficou tão difundido através da linha Dior Homme. Mas aqui, temos uma íris mais atalcada e suave, com personalidade floral em toda sua evolução. Há um momento mais adocicado, graças ao heliotrópio, mas nada que seja memorável. Por fim, o almíscar confere leveza e um lado sedoso à fragrância que é, claramente, floral-almiscarada.

De acordo com a empresa, as concorrências olfativas seriam Iris Ukiyoe (Hermès) e Iris Ganache (Guerlain).

Iris de Syracuse mantém o padrão de qualidade da coleção, mas não entrega o que vale. É unissex e sofisticada, mas demonstra mais impacto na pele feminina. É o tipo de perfume ideal para aquelas pessoas que não suportam “agredir com seu cheiro” e também não fazem questão de sentir o próprio perfume com o passar do tempo.

Na minha pele, exalou por cerca de duas horas e, então, a mágica se dissipou, como um leve suspiro. A duração não é tão curta, contudo está longe de ser boa. Um conselho de amigo: ao contrário de Vanille de Zanzibar, que ganha força na fita, esta aqui some em minutos. Portanto, uma vez na loja, lembre-se de testá-la somente na sua pele.


 

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BORRIFANDO CONHECIMENTO HÁ ANOS. Crítico de fragrâncias, jurado de premiações nacionais nas categorias de perfumaria fina e cosméticos masculinos, além de consultor particular de estilo em fragrâncias e criador do Perfumart, maior blog especializado no assunto.

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