O perfume Orissima foi lançado em 2016 e teve, como conceito criativo, representar a graça da mulher parisiense, através de uma fragrância que presta homenagem à Paris.
Na época do lançamento, a perfumista Alexandra Monet disse: “Eu concebi essa fragrância como uma ode à mulher parisiense. A ideia era pintar uma mulher multifacetada através dos sentidos”.
O frasco, criado por Marc Touati, combina formas geométricas interligadas, na qual a base é um quadrado e o topo um octógono. Ele foi inspirado na arquitetura da cidade, representando as diferentes facetas dessa mulher sofisticada.
Orissima possui notas de pêssego, toranja e folhas de bambu, que abrem caminho para notas de flor de laranjeira, íris e peônia e partem para um fundo mais doce, com notas de caramelo, almíscar e patchouli. É um perfume classificado como chipre-floral e segue o estilo dos chipres da última década, que deixaram de lado o aspecto datado e quase azedo que as fragrâncias desse grupo costumavam trazer, graças às notas de bergamota e musgo. Agora, esse tipo de perfume continua fazendo o contraste entre notas frias e quentes, mas se modernizou. Para muitos, o novo chipre deixou de lado a qualidade e o estilo tradicional. Para a indústria, representou uma mudança que tinha que acontecer, mais cedo ou mais tarde.
Na minha opinião, perfumes dessa família olfativa costumam transmitir elegância sem extravagância. É o chique em suas diversas formas: às vezes intenso, outras delicado. No caso de Orissima, acho que há uma multiplicação de categorias em uma única fragrância: é chipre, mas também é floral, frutado e quase gourmand.
A saída é suculenta e sensual. A toranja e o pêssego formam um néctar frutado, que conquista e garante aquilo que chamamos de venda imediata. Em seguida, Orissima traz uma luminosidade floral, cheia de nuances frescas. E para quem se assusta ao saber da presença da nota de íris, pode relaxar, pois é quase imperceptível.
Com o passar do tempo, o caramelo surge e se mostra como o real segredo da fragrância, conferindo um ar mais jovial e viciante. E mesmo posto ao lado do patchouli, não foi trabalhado para trazer aquele cheiro doce de açúcar queimado, tão comum nos perfumes femininos mais recentes.
Por um lado, acho que o caramelo acabou com a elegância da fragrância e trouxe uma faceta adolescente, totalmente desnecessária. Por outro lado, acho que agregou uma certa versatilidade e, sem dúvidas, ampliou a duração na pele. Ainda que pareça contraditório, a vantagem é que perde potência em pouco tempo, ficando mais rente à pele e exalando sensualidade, sem enjoar quem usa. A fixação é digna da marca e dura mais de oito horas, embora eu incentive uma reaplicação no meio da jornada, porque a saída é deliciosa!
No final das contas, Orissima parece agregar os valores que as demais grifes tentam, através de inúmeros flankers, todos os anos. É o chipre, para quem nunca entendeu os chipres; é o gourmand, para quem nunca gostou de perfumes doces. Sugiro experimentar!
Gostaria de saber se vale a pena comprar esse perfume se ele é um tipo de perfume chique..
Oi Renata! A definição de chique é subjetiva. E só quem sabe se vale a pena ou não comprar, no final das contas, é você. 😉
Que bela resenha! Parabéns. Estou sempre por aqui acompanhando tudo de perto. Grande abraço Cassiano