Oud de Carthage retrata um pouco da história de Cartago (como chamamos em Língua Portuguesa), que foi uma antiga cidade colonizada pelos Fenícios e que disputou com Roma o controle pelo Mar Mediterrâneo. Mais tarde, foi refundada como colônia Romana e fez riqueza no comércio de tecidos tingidos para os nobres.
Dentro da Boucheron La Collection representa a importância de Carthage no trecho de passagem para terras da Tunísia, envolvendo o comércio de especiarias, incensos e pedras preciosas. Os caçadores de pedras estavam sempre atrás do quartz fumê, pedra de brilho enigmático, assim como o cheiro do oud.
A fragrância de Oud de Carthage foi criada por Dominique Ropion e composta através da união de incenso e mel, no topo da pirâmide olfativa, abrindo caminho para notas de fava tonka e absoluto de ládano, no coração, rumo à base de oud e couro.
Na pele, Oud de Carthage carrega menos oud do que a gente espera e mais qualidade do que a gente acredita. Assim que o perfume é aplicado, parece exalar um cheiro de camurça. O incenso é sutil e o resultado da sua união com mel é mais sedoso do que esfumaçado (ou fumarento, como alguns gostam de chamar). Quando a fava tonka se faz presente, traz aquela cremosidade já conhecida no universo dos perfumes. É quando a fragrância ganha jeito de oriental e o aspecto acourado do ládano começa a desenhar o rumo final da evolução. Por fim, Oud de Carthage traz uma base mais seca, na qual o couro tem mais destaque do que o próprio oud, que deveria ser a estrela da composição.
Para quem espera o cheiro animálico e medicinal do oud ou aquela faceta mais amadeirada e achocolatada de algumas espécies, a decepção pode ser grande. Em termos de oud, na minha pele a nuance mais proeminente é mesmo a amadeirada, mas nada que seja extravagante ao ponto de dizer: “uau, que Oud fantástico”. Na minha opinião, é um perfume oriental e mais focado no couro do que na nota de Oud. Mas, sinceramente, a qualidade da fragrância é muito perceptível. Não é uma bomba, mas possui projeção moderada, refletindo o conceito de elegância da casa, e a fixação é muito boa.
De acordo com a empresa, as concorrências olfativas seriam Oud Wood (Tom Ford), Oud Ispahan (Dior) e Oud Royal (Armani Privé).
Siga o meu conselho e faça um favor a si mesmo: esqueça o oud e imagine que este perfume se chama Leather (ou Cuir) de Carthage. Tenho certeza que o efeito vai ser mais positivo desta maneira.
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Na sua opinião ele realmente parece com o out wood de tom ford?
Oi Bruno. Não conheço esse da grife TF.