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PACIFIC ROCK MOSS, DE GOLDFIELD & BANKS AUSTRALIA

Perfumart - resenha do perfume Goldfield&Banks - Pacific Rock MossO perfume Pacific Rock Moss foi lançado em 2016 e foi criado por François Merle-Baudoin. A inspiração foi a região da Nova Gales do Sul (New South Wales), que é o Estado mais populoso da Austrália, tendo Sydney como capital, além de praias exuberantes e montanhas com florestas naturais (Blue Mountains).

O conceito criativo visa retratar uma caminhada pela costa, onde as ondas batem nas rochas aquecidas pelo sol, nos longos dias e noites quentes de verão. Para tal, foram combinadas notas de musgo da costa da Austrália, limão da Itália, sálvia da França, gerânio do Egito e cedro da Virgínia.

Pacific Rock Moss é classificado, pelo fabricante, como um perfume marinho, amadeirado, cítrico e almiscarado. Quando aplicado, transmite frescor imediato e a nota que mais se destaca é o limão. Porém, não é um limão de aspecto ácido, mas suculento e adocicado, como se fosse uma limonada caseira. Conforme evolui, é como comer um sorvete cremoso de limão, na praia, que derrete sob o sol e pinga na pele, entrando em contato com o protetor solar, evoluindo para algo com textura de loção.

Pacific Rock Moss se mostrou, na minha pele, mais frutado e menos musgoso do que eu esperava. E talvez essa seja a razão de ter se tornado um perfume muito discutido por blogueiros e youtubers internacionais, gerando um imenso hype (promoção extrema de uma pessoa, ideia, produto) e, também, muita decepção por parte de alguns consumidores.

Acho que a decepção vem atrelada à expectativa, pois a fragrância não é ruim e possui várias qualidades, tais como: frescor, versatilidade, alta agradabilidade, atrai elogios, etc. O problema, no meu ponto de vista, é que Pacific Rock Moss é simples, tem uma vertente muito comercial – que a põe em comparação com fragrâncias do mercado de massa – e não é mineral, tampouco musgosa, como se espera a partir de seu nome. Para ser sincero, conheço fragrâncias do segmento Designer que são mais minerais (com aspecto rochoso) e se mostraram mais inovadoras quando foram lançadas.

Por outro lado, há uma fatia de consumidores que esquecem que mesmo a Perfumaria de Nicho também possui fragrâncias leves, aquáticas e muitas vezes de baixa performance, ainda que traga alta qualidade nas matérias-primas. E está tudo bem, porque nem todo mundo gosta de fragrâncias muito opulentas, cheias de tuberosa, rosa, oud, canela, âmbar, etc. O principal ponto da questão é quando influenciadores “vendem” um produto de forma enganosa. Isso gera imensa expectativa e, consequentemente, grande frustração para muitos. Mas não é, definitivamente, culpa da empresa que criou o produto.

Então, a verdade é a seguinte: Pacific Rock Moss é um perfume que agrada rapidamente, é prazeroso, unissex, versátil, conquistador de multidões, com durabilidade mediana, delicado em alguns momentos e bastante jovial. Se a marca vier para o Brasil, provavelmente será o campeão de vendas, ao lado de Blue Cypress. Por ser simples, é considerado genérico, apenas mais um perfume aquático.

Para o meu gosto pessoal e comparando com as demais fragrâncias, foi a que menos me chamou a atenção, pois não é memorável. Como disse antes, me parece a mais comercial da coleção.

*imagem: reprodução / goldfieldandbanks.com

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BORRIFANDO CONHECIMENTO HÁ ANOS. Crítico de fragrâncias, jurado de premiações nacionais nas categorias de perfumaria fina e cosméticos masculinos, além de consultor particular de estilo em fragrâncias e criador do Perfumart, maior blog especializado no assunto.

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