Unindo o universo musical ao público; o Rock à rebeldia, foi lançado, em 2011, um dos mais exóticos (para não dizer estranho) perfumes da casa Azzaro: Decibel.
O que pouca gente sabe, é que o conceito por trás da fragrância foi traduzir o cheiro das casas noturnas, da fumaça do gelo seco e dos corpos suados na pista de dança. Para os rockeiros, outras mensagens subliminares foram incorporadas: cheiro de microfone novo e de caixa amplificadora aquecida.
E, mais uma vez, sou obrigado a parabenizar a criação, levando em consideração o conceito. Normalmente, as pessoas compram perfumes, pura e simplesmente, pelo cheiro que fica sobre a pele. Mas quem cria, sempre tenta atingir um conceito ou uma ideia específica. Baseado nisso, a experiência de usar esta fragrância na minha pele ganhou uma abordagem totalmente diferenciada ao meu nariz. Se eu não soubesse do conceito, provavelmente diria: “perfume sintético, doce e de cheiro plastificado”. Sabendo do conceito, eu me permito ir um pouco além na análise.
Na composição oficial, aldeídos em alta potência e tangerina verde da Itália, na saída. Atenção! A maioria das lojas e sites nacionais indicam limão siciliano, mas não é o que diz o fabricante. A tangerina verde está mais para a bergamota do que para o limão, em termos de aroma. No coração, notas de alcaçuz, violetas e incenso. Por fim, na base, notas de fava tonka, baunilha e vetiver do Haiti.
Em decibel, a saída é doce e sintética, como já era de se esperar. Realmente, o amargo da tangerina verde aliado aos aldeídos – que funcionam como esteroides – transmite a ideia da fumaça de gelo seco e de plástico aquecido. Essa fase inicial é muito similar com a de tantas outras fragrâncias da casa Jacques Bogart. Mas quem conhece o mundo dos perfumes, sabe que é preciso dar tempo para que a mágica aconteça. Muitas fragrâncias deliciosas possuem saída pavorosa e vice-versa.
Cerca de 40 minutos depois, a fragrância se torna mais equilibrada e quente. O alcaçuz e as violetas se encontram com um delicioso incenso, fumarento e exótico. Neste ponto, há quem diga que sente cheiro de canela. Por fim, a baunilha (que também não é nada natural) e a fava tonka, acabam por dar um pouco mais de sensualidade e aspecto noturno à criação.
Resumindo, Decibel é um perfume para as noitadas, para aqueles que vivem em busca do “perfume da balada”. Obviamente, com tanto teor sintético, projeta muito bem e possui ótima fixação.
O frasco é muito interessante, pois foge do padrão clássico da casa, ao trazer um microfone escuro, de cabeça cromada e realista. Sem dúvidas, o público-alvo desta fragrância não é o mesmo da linha Azzaro Pour Homme.
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O que mais senti quando usei o Decibel foi o cheiro de incenso, e creio que por esse motivo que evito usar em certas ocasiões, pois existe um certo preconceito quanto ao incenso, até mesmo religioso [sic]. Mas, é uma fragrância marcante, típica do “ame muito ou odeie muito”.