O perfume Opium foi lançado em 1977 e dispensa apresentações. Desde a sua criação, já ganhou inúmeras variações que vão desde edições de verão às edições de colecionador.
Em 2014, mais precisamente em junho, a imprensa anunciou (e o Perfumart também!) o lançamento de Black Opium Eau de Parfum. O novo perfume seria uma releitura misteriosa do clássico original, cheia de estilo Rock and Roll e feito para as mulheres modernas que estão sempre em movimento. Pura enganação! Sua fragrância não possui nada da versão clássica, muito menos o famoso cheiro de talco, capaz de impregnar qualquer ambiente.
Black Opium EDP foi apenas mais um flanker, que acabou virando um novo pilar dentro da própria linha Opium e nesse pouco tempo já recebeu mais de cinco variações diferentes. Sua fragrância floral e gourmand conquistou o mercado e em agosto de 2015, a empresa lançou esta versão Eau de Toilette, com o mesmo frasco, mas banhado por um glitter rosa.
Black Opium Eau de Toilette segue o mesmo conceito de Black Opium EDP, que trouxe o café verde como ingrediente central. Porém, desta vez, a fragrância ganhou acordes mais luminosos e a promessa de um uso mais versátil.
Sua composição é mal divulgada nos principais meios, pois difere da lista oficial, que pode ser encontrada no site da marca. Uma das principais diferenças é o fato de que a nota de café foi inserida na base, não no corpo da fragrância. E desta vez, também não há baunilha.
Black Opium Eau de Toilette possui notas de saída de pera e tangerina verde, além de um toque de groselha preta, seguidas por notas de chá das pétalas de jasmim e flores de laranjeira, em direção à base com notas de café verde, almíscar e madeiras brancas.
Quando aplicado, o perfume é docinho e agradável. Nada inovador, porém, diferente. A diferença está na saída cítrica, que se mistura com o chá e colide com o lado mais adocicado da fragrância. Então, em questão de minutos, um amargor aparece e faz o perfume perder o rumo por completo (pelo menos, na minha pele). O cheiro passa a ficar estranho e essa mudança me incomodou bastante. Tem algo ali que não se encaixou bem com o resto. Então, tento sobreviver a essa etapa e, depois de um bom tempo, essa nuance vai sumindo e o perfume se mostra mais apreciável.
Uma observação: as experiências que já vivi com este perfume deixaram claro que se trata mesmo de uma questão de pele. É incrível como ele combina bem com a pele feminina, inclusive, das adolescentes. E uma coisa que ficou muito evidente para mim foi que ele agrada mais de longe do que de perto. Ou seja, a mulher que passar por você usando Black Opium EDT será notada e elogiada. Ainda por cima, projeta e fixa muito bem.
E ainda que siga o estilo de fragrâncias noturnas e ideais para temperaturas mais baixas, realmente acho que pode ser usado durante o dia, desde que em doses menores. Infelizmente, não senti o café do jeito que esperava e ainda prefiro a versão EDP, melhor acabada e sem arestas que causam divergências.
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