A Carissa é uma flor branca de cinco pétalas e perfume muito semelhante ao de jasmim e gardênia, com aspecto suave de flor branca e, às vezes, nuance frutada. Normalmente, cresce em forma de arbustos, mas também pode alcançar 10 metros de altura e é protegida por espinhos. O fruto da Carissa costuma ser perigoso, quando verde e, quando maduro, lembra o oxicoco (cranberry), só que bem maior. Em algumas espécies, apresenta sabor frutado que lembra maçã ou morango.
E foi essa delicadeza por trás dos espinhos, que Paul Kiler tentou revelar através desta criação, de 2012. O perfume é composto por notas de Carissa, nuances verdes, absoluto de rosa, tuberosa e opoponax (mirra doce). Em seguida, o aspecto floral se torna mais forte e notas de jasmim e flor de laranjeira aparecem. Por fim, surge um sopro intenso de mirra e sândalo australiano, abraçado pela suavidade do almíscar e do ambergris.
O resultado é uma fragrância que revela força e elegância, que me faz pensar em tons brancos e rosas e cuja sensibilidade é a principal característica. Depois de uma hora de aplicado, fui surpreendido por um olor que me lembrou, imediatamente, o cheiro de Dama da Noite, aquela flor que tem o poder de perfumar uma rua inteira.
E enquanto o perfume evoluía na pele, a minha mente me levava para um jardim florido ao redor de uma bela fonte, um lugar ideal para sentar e ler um bom livro. Para mim, Carissa é um floral capaz de invadir a alma.
*imagem: reprodução / pkperfumes.com
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