Em 2014, a Ferrari lançou mais duas fragrâncias para ampliar a sua Essence Collection, que já contava com Essence Oud e Silver Essence (de 2012), além de Essence Musk e Leather Essence (de 2013). Desta vez, os ingredientes escolhidos para dar vida aos perfumes foram o cedro e o vetiver. Nasciam, então, Cedar Essence (abril de 2014) e Vetiver Essence (outubro de 2014).
Cedar Essence chega no frasco padrão, que foi criado para essa coleção, trazendo pinturas especiais e acabamento impecável, como tampa metálica e couro. A cor azul teve um motivo: de acordo com o fabricante, a resina do cedro libanês possui cor azul-esverdeada. Além disso, as folhas (agulhas) do cedro azul também foram utilizadas na composição. Por isso, a empresa utilizou uma de suas cores patenteadas para a linha Ferrari GT: a Blu Tour de France, muito solicitada em modelos como o Spider e o California.
Na composição oficial, Cedar Essence carrega notas de hortelã, lima, bergamota da Calábria, laranja, toranja e gengibre, no topo. No corpo da fragrância, notas de melancia, agulhas de cedro azul e acorde oceânico. A base possui notas de âmbar, patchouli, cedro do Líbano e grãos de café.
O fabricante o classifica como fougère-frutal-aquoso e alguns sites como aromático-amadeirado. Para mim, tanto em teoria, quanto na prática, está muito claro que é um amadeirado-frutal (ou frutado, como alguns preferem chamar).
Na pele, a abertura é cheia de vida e também suculenta, com muitas nuances do óleo essencial da bergamota, além da toranja e um toque do gengibre. A evolução é lenta e muito prazerosa. Cerca de duas horas após a aplicação, uma nuance salgada surge como resultado do acorde oceânico, chamado pela Ferrari de “acorde do mar azul”. Então, uma base mais amadeirada e leve começa a aparecer, trazendo o cedro, ingrediente principal da composição.
Particularmente, vejo alguns problemas neste perfume. Ao contrário do almíscar de Essence Musk, que brilha como a estrela principal da fragrância, aqui o cedro não é tão forte como se espera, perdendo espaço para notas mais frutais da composição. Além disso, a base da fragrância tinha tudo para ser magnífica, mas o patchouli se perdeu em algum lugar do caminho e nunca mais voltou. Grãos de café? Procuro até agora.
Mas isso não faz de Cedar Essence uma fragrância ruim. Apenas diferente do que imaginamos ao vermos a sua pirâmide olfativa. Por outro lado, é um perfume que atrai elogios, se adequa ao nosso clima e é perfeito para quem curte fragrâncias mais leves para uso diário. E vou além: consigo imaginar um maior número de vendas para Cedar Essence do que para Essence Oud, pelo menos no Brasil.
Outro aspecto importante a ser ressaltado é que a Essence Collection preza por matérias-primas de melhor qualidade e isso, de forma alguma, significa que todas as fragrâncias da coleção são bombas de projeção e durabilidade, como muitos costumam confundir.
E para aqueles que sempre me perguntam sobre referências olfativas, eu diria que embora sejam diferentes, Cedar Essence é para a Essence Collection o que Starwalker representa para a Montblanc: leveza, elegância e sofisticação.
Resumindo: o frasco é lindo, a fragrância tem estilo italiano, cai bem no nosso clima e possui boa fixação. Para uma Eau de Parfum, merecia maior projeção, mas nada que uma reaplicação não resolva.
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