Desde 1996, quando o perfume original foi lançado, a linha Kaiak ainda lidera os rankings da perfumaria masculina nacional. Agora, quase 20 anos após a chegada de Kaiak no mercado, seguido por algumas versões, surge Kaiak Expedição, uma edição limitada concebida para representar o homem explorador, em expedições que começam ao nascer do sol e que terminam, somente, quando ele se põe.
Inspirada nos elementos terra e ar, possui uma composição fougère-amadeirada, com notas de cabeça de bergamota, limão, acorde aquoso, toranja e composto sintético Dihydro Myrcenol (que reforça as nuances cítricas). No corpo da fragrância, notas de lavanda, canela, cardamomo, noz-moscada, gerânio e violeta. Por fim, na base, notas de sândalo, almíscar, cedro, âmbar, patchouli, musgo, fava tonka, madeira de caxemira, madeira de lei e cypriol (também conhecido por Nagarmotha).
No primeiro teste realizado, eu não gostei. Achei a fragrância muito verde e musgosa, com um aspecto old school, que eu até gosto, mas não esperava encontrar em uma fragrância de conceito tão desbravador. Já na segunda vez de uso, outras notas se apresentaram, um lado mais amadeirado surgiu e eu curti mais o resultado. Ainda assim, continuo sentindo falta das especiarias que estão no coração da fragrância. Notas como canela, cardamomo e noz-moscada não costumam brincar em serviço. Mas em Kaiak Expedição, me parece que elas tiraram folga. O aspecto fougère é muito limpo e a base de musgo, cedro e madeiras é bastante notável. E com relação à projeção e à durabilidade, não tenho do que reclamar.
Resumindo, achei uma ótima fragrância, só que dentro de um conceito errado. Na minha opinião, não é jovial como eu esperava, ainda mais ao segurar o frasco, com seus tons marrons, que me transmitiram uma ideia de fragrância mais amadeirada. Está muito mais para um clássico, que poderia ter sido lançado em outra linha, inclusive, para homens mais distintos e formais.
Ratifico que vale a pena conhecer, mas não se deixe enganar: o homem Kaiak Expedição combina muito mais com um terno, do que com botas, mosquetão e capacete.
Para encerrar, o frasco continua o mesmo, mantendo a identidade visual da linha Kaiak.
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