Le Male foi lançado em 1995 e se tornou, rapidamente, adorado em todo o mundo. Confesso que tenho um carinho e uma admiração imensa pela sua fragrância. Desde o seu lançamento, a casa de Jean Paul Gaultier já trouxe ao mercado quase 40 variações, incluindo edições limitadas e de colecionadores. Porém, dizem que foi reformulado em 2010 e, novamente, em 2012, a fim de atender às exigências dos órgãos controladores com relação às composições de certos perfumes e os ingredientes utilizados nas mesmas.
Por causa disso, imediatamente após os primeiros lotes chegarem às lojas de todo o mundo, milhares de usuários fiéis passaram a criticar, sem piedade, a perda de potência e durabilidade de sua fragrância. Coincidência ou não, no mesmo ano de 2010, chegava ao mercado Le Male Terrible, criado por Aurelien Guichard, que já trabalhou em criações para Azzaro, Davidoff, Nina Ricci, etc. Até então, o perfumista preferido para dar vida aos flankers, era Francis Kurkdjian.
Le Male Terrible foi uma edição limitada, que trouxe notas de toranja e pimenta rosa, no topo; lavanda e vetiver, no corpo; âmbar e baunilha, na base. Enquanto o DNA da linha foi estabelecido, basicamente, sobre as notas de lavanda, menta e baunilha e apesar do gengibre também aparecer em muitos dos flankers, desta vez, a fragrância trouxe o vetiver, que poucas pessoas enaltecem, mas faz grande diferença no resultado final.
Le Male Terrible toca a pele de forma um pouco mais amarga, mas com a mesma construção da versão original. Antes, a artemísia e a bergamota davam essa nuance amarga. Agora, a toranja faz esse trabalho. A pimenta rosa também não é picante, como muitos pensam. As pessoas adoram dizer que o perfume ficou “apimentado” por causa desse ingrediente, mas as suas nuances são muito mais florais do que picantes. Então, vale a pena prestar atenção em como essa nota se desenvolve, abrindo espaço para a lavanda, que é maravilhosa neste perfume. Mas o vetiver, na minha opinião, é a grande estrela da evolução, com suas nuances fumarentas e levemente achocolatadas, sem muito teor amadeirado.
Por fim, as notas de âmbar e baunilha conseguem substituir, com louvor, a base da versão original, que continha maior número de ingredientes, como fava tonka, cedro, etc.
Le Male Terrible foi, na minha opinião, uma tentativa de oferecer ao público, novamente, a fragrância original, com uma composição diferente, mas com excelente projeção e durabilidade. Não é à toa que foi comercializado como Eau de Toilette Extreme.
Latest posts by Cassiano Silva (see all)
- PORTINARI ABSOLUTO, DE O BOTICÁRIO - 17/01/2025
- STYLETTO ELEGANCE, DE O BOTICÁRIO - 17/01/2025
- HORIZONTE, DE O BOTICÁRIO - 17/01/2025
- HER CODE TOUCH, DE O BOTICÁRIO - 16/01/2025
Boa tarde Cassiano!!
Meu nome é Bruno, gosto muito do Le Male Terrible, tenho ainda um pouquinho deste perfume e gostaria de saber qual dos Le Males da atualidade chegam mais próximo?
Att
Cassiano bom dia!
Dessas versões, qual lhe agradou mais?
O (ULTRA MALE, DE JEAN PAUL GAULTIER), (LE MALE, DE JEAN PAUL GAULTIER) ou o (LE MALE TERRIBLE, DE JEAN PAUL GAULTIER)
Rafael,
todo mundo reclama que o Le Male da atualidade não está mais legal. O Le Male Terrible, até onde sei, não está mais à venda. O Ultra Male não tem tanta semelhança assim com o original, embora seja uma bomba de potência.
De forma geral, se você conseguir encontrar um frasco da versão Terrible, acho que estaria bem servido. Ele possui as melhores qualidade do Le Male.