A fragrância de Métamorphose Lilas foi criada em 2014 em duas versões distintas: uma diurna (Day) e mais voltada para o público feminino e outra noturna (Night), concebida para ambos os sexos. Um ano mais tarde (2015), a perfumista lançou mais duas versões sob o mesmo tema, chamadas de Métamorphose Lilas Cuir e Métamorphose Lilas Pink.
No caso desta versão, ela está inserida na coleção Ecosystems – Steppe & Grasslands e retrata o desabrochar das flores (principalmente, da flor Lilás), nos primeiros raios de sol, após o rigoroso inverno na nevada estepe da Bulgária. O conceito criativo fala da metamorfose na paisagem e nas demais formas de vida.
A fragrância de Métamorphose Lilas Day Woman possui notas de lilás, íris e lótus, formando o acorde floral, patchouli, chá preto e madeiras nobres (sândalo e cipreste azul), além de baunilha, fava tonka, coco, cera de abelhas e óleos de Ximenia e Ucuuba. Vale explicar que a Ximenia – também conhecida por ameixa azeda da África – possui óleo de consistência similar à do mel. A Ucuuba gera uma manteiga, a partir de suas sementes, com forte teor amadeirado.
Na pele, Métamorphose Lilas Day Woman começa com uma explosão floral e amadeirada, na qual as nuances balsâmicas ditam as regras e, se formos pensar no público-alvo final, podem até assustar. Há muito teor verde, como se fossem lírios do vale revestidos por musgo e carregados de um cheiro balsâmico. O maior diferencial, na minha opinião, se dá graças à presença do chá preto, que traz um lado mais aromático ao fundo.
Em termos de evolução, é um perfume de alta difusão, mas que perde a força muito rápido. Tem aquilo que, na perfumaria, chamamos de “hook”, mas não possui boa tenacidade. Com o tempo, se mostra um pouco mais adocicado e polvoroso, que é quando a nota da íris mais aparece. Ainda assim, embora seja considerado um floral-gourmand, em mim se comportou como um chipre-floral suave. Sinceramente, não me cativou.
*imagem: reprodução / nadiaz.ch