Em 2008, Paco Rabanne lançou um perfume que se tornou, quase que de forma imediata, um recorde de vendas no mundo inteiro: 1 Million.
Ele foi criado para conquistar usuários fiéis, onde cada detalhe de sua concepção foi pensado para gerar seguidores e despertar a cobiça e o desejo alheios. Seu frasco foi inspirado em um lingote de ouro, tendo como linha de pensamento, a ideia de que em todas as civilizações e religiões, o ouro sempre foi usado para seduzir as pessoas. Além disso, o aroma do perfume é fantástico e potente. O resultado desta combinação entre luxo e poder, se tornou um dos maiores casos de venda, dos últimos anos, no mundo da perfumaria masculina.
O sucesso foi tão grande, que a popularidade alcançada com as vendas passou a ser vista como algo negativo para alguns, que julgavam o perfume como uma peça exclusiva de sedução, voltada para o “playboy” que consegue o que quer, com um simples estalar de dedos, como foi mostrado na campanha publicitária. Entretanto, não foi apenas este público que simpatizou com o misto de insolência, sedução e elegância que o perfume trazia. Os jovens buscavam novas armas de sedução para suas noites inacabadas, nas quais era preciso algo mais que os ajudassem a se destacar em meio à multidão. Está pronta a receita de sucesso!
Agora, para dar continuidade à saga 1 Million, Paco Rabanne lançou, recentemente, uma versão mais poderosa ainda, chamada 1 Million Intense. Na verdade, em 2012, houve o lançamento de uma versão mais concentrada chamada 1 Million Absolutely Gold, com menos notas na sua composição e com aspecto mais floral e rico em couro. Pouco se ouviu falar deste por aqui. Então, vamos ao que interessa nesta resenha: falar do 1 Million Intense!
Basicamente, esta versão nasceu respeitando o título recebido, ou seja, é uma versão intensa do tradicional, com pouca alteração na sua composição, mantendo o DNA da versão original e enaltecendo partes da evolução que mereciam um destaque maior antes. Então, o que mudou?
Bem, logo na saída, não temos mais a menta. Agora a composição traz o cardamomo doce, aliado a uma pimenta que aquece os sentidos, além de notas de açafrão e mandarina vermelha (ou mexirica, como também é conhecida). De cara, sente-se um aroma mais “suculento”, quase abaunilhado e frutal do que na versão original. No coração, a rosa e a canela foram mantidas, mas o mix de especiarias deu lugar ao néroli (óleo da flor de laranjeira), enaltecendo, ainda mais, o tom frutal da fragrância. Neste ponto da evolução, quando as notas de coração estão mais perceptíveis, a rosa e o néroli reinam absolutos, por horas.
Por fim, uma base ainda mais cremosa, sem o âmbar e as notas amadeiradas, mas com a presença do sândalo e da manteiga de íris (que não é seca como as notas extraídas da sua raiz). As notas de couro e patchouli foram mantidas.
O frasco sofreu uma pequena alteração: a parte traseira, antes de vidro escuro, agora possui um tom dourado (em degradê), dando maior sofisticação. A projeção é estupenda por cerca de 3 horas, ficando mais calma conforme evolui na pele; já a fixação é tão boa quanto na versão original.
Na minha opinião, chegamos a um novo patamar!
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Cassiano, muito legal sua resenha. Também amo esse perfume. Tem sentido ele recentemente? Será que já passou por algumas reformulações ou mantém a potência de antes? Já sentiu o One Million Privé? Show de bola. O dublin, da Thera, é idêntico e com ótima fixação. Tem um cheiro de canela incrível. Abraço.
Não ouvi nada sobre reformulações, até porque não se encontra mais nas principais lojas do ramo no Brasil. Não era para ser edição limitada, apenas acho que foi retirado do mercado brasileiro.
Já a versão Privé eu conheço e tenho aqui no acervo. Só não resenhei o masculino ainda. Fica de olho, pois qualquer hora pinta a minha análise!
Excelente resenha.
Obrigado Raphael!