Afrodite pertence à linha de Perfumes Terapêuticos criados por Maria Paula Franco e sua fragrância é classificada como amadeirada-especiada. O conceito criativo fala do seu poder em afastar o mal e a negatividade, proporcionando paz de espírito. Além disso, expande o chakra do coração e auxilia na melhora do estado depressivo e de grande ansiedade.
A fragrância de Afrodite é composta por notas de ylang ylang, rosa, gengibre, pimenta preta, canela, sândalo Amyris e patchouli. E ainda que seja comercializada como unissex e seu nome represente a feminilidade e a beleza, de acordo com a Mitologia Grega, na minha pele o resultado me levou para os anos 80 e me fez recordar várias facetas de fragrâncias masculinas da época, especialmente, de Giorgio For Men (Giorgio Beverly Hills).
Afrodite toca a minha pele com um rápido cheiro de anis, um pouco mentolado e verde. Para uma fragrância de abertura tão floral, a saída surpreende. Para mim, que gosto de perfumes clássicos, isso não é ruim. Mas para quem compra e acha que vai se deparar com uma fragrância narcótica e sensual, pode ser um ponto negativo, pois a evolução demora para acontecer.
As notas de corpo parecem saltar para o topo e o lado picante da fragrância chega primeiro. Demora muito até que a beleza do ylang-ylang se faça presente. E aqui, não temos as nuances mais frutadas dessa flor – lembrando o cheiro de bananas –, mas o aspecto mais etéreo e que relembra o cheiro de um jasmim luminoso, que repousa sobre uma base de aspecto musgoso.
A escolha do sândalo Amyris não foi à toa. Seu óleo essencial tem propriedades regenerativas, afrodisíacas e relaxantes. Junto com o patchouli, confere um teor mais amadeirado e sóbrio à fragrância. E nesse meio tempo, a canela traz calor e reforça a personalidade especiada da criação.
Na minha pele, Afrodite exala bastante e me cativa tamanha similaridade atingida à da fragrância acima mencionada, que tanto gosto. Todavia, sendo um pouco mais exigente e aplicando um olhar mais crítico, devo dizer que não é uma fragrância contemporânea e, também, não é uma escolha segura para compras às cegas feitas por mulheres, especialmente, as mais jovens e de estilo minimalista e suave.
Enquanto escrevo esta análise, me pego pensando na Mitologia Grega e chego à conclusão de que este perfume deveria se chamar Apolo, não Afrodite.
*imagem: reprodução / alquimiaporpaulafranco.com.br


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Muito interessante sua avaliação, seus textos tem melhorado a cada ano. Parabéns!
Obrigado.