A marca de Giorgio Armani é sinônimo de sucesso no mundo inteiro. Mas eu ouso dizer que, em se tratando de fragrâncias masculinas, parece que sempre esteve faltando algo, pelo menos, até o ano de 2004. Neste ano, nascia uma das fragrâncias mais celebradas da última década, fazendo homens de todo o mundo correrem atrás de um frasco para as suas coleções: Armani Black Code.
Foi com este nome que essa fragrância oriental e especiarada surgiu no mercado, trazendo um misto de notas envolventes, sedutoras e elegantes concentradas em um frasco escuro e cilíndrico. Em 2005, o nome mudou para Armani Code, mas não há registro oficial do porquê da mudança. Já li relatos de problemas envolvendo o termo “Black” no mercado Europeu, mas nada confirmado.
A fragrância traz notas de bergamota e limão, na saída; anis estrelado, flor de oliveira e madeira de guáiaco, no coração; tabaco, couro e fava tonka, na base. Na minha pele, pelo menos, eu não percebo nem sinal das notas de saída. Desde o instante em que toca a pele, há um cheiro forte e adocicado. O anis estrelado desta fragrância não possui o típico aroma de anis que, por vezes, lembra o cheirinho da erva-doce. Aqui, o anis é mais pungente, algo mais próximo do alcaçuz. A flor de oliveira resulta em nuances cremosas, quase amanteigadas, enquanto a madeira de guáiaco teve seu aspecto incensado de sândalo bem trabalhado. Cerca de 40 minutos depois, percebe-se uma redução no aspecto adocicado e um aumento de nuances mais elegantes e fortes. O couro confere um tom mais seco, enquanto o tabaco deixa a fragrância mais quente e sensual. A fava tonka encerra a evolução com um leve aroma de amêndoas.
Muitos usuários sentem cheiro de baunilha e alguns ainda reclamam de um certo acorde medicinal. Vale a pena fazer o teste na pele. É o tipo de fragrância que projeta bem, ainda que o conceito não seja a exposição, mas a elegância. E possui ótima durabilidade. Particularmente, eu só tenho um problema com este perfume: não consigo usá-lo por dois dias seguidos, já que algo nele me cansa, tornando impossível a ideia de tê-lo como minha assinatura olfativa.
O frasco é escuro, mas não preto, como muitos pensam. Ele possui a cor que os norte-americanos chamam de “midnight blue”. Por fim, vale dizer que Armani Code ganhou o Fifi Award de fragrância do ano, em 2006, na categoria luxo masculino.
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