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BYZANCE GOLD, DE ROCHAS

Perfumart - resenha do perfume Rochas - Byzance Gold

Byzance, de Rochas, foi lançado no ano de 1987. Sua fragrância era floral-oriental, cheia de aldeídos e personalidade clássica. Um grande sucesso! Mais tarde, em 1995, a marca lançou um flanker chamado Byzantine e, em 2017, uma versão Eau de Toilette, que caiu no esquecimento do público.

Em 2019, Byzance foi relançado por completo (proposta, conceito e fragrância). O visual chamou atenção e incomodou a concorrência. A fragrância, no entanto, não superou as expectativas de muitas usuárias esperançosas por uma composição que, ao menos, lembrasse um pouco mais a original. Mas agradou às mulheres que adoram fragrâncias cremosas e abaunilhadas com assinatura sofisticada.

Em 2022, foi lançado o perfume Byzance Gold Eau de Parfum, porém sem muito alarde. A inspiração foram os contos de fadas modernos e a fantasia das mil e uma noites. O belíssimo frasco agora seduz como ouro luminoso e a fita preta reforça o toque de alta costura.

A nova fragrância foi criada por Michel Almairac e é classificada como chipre-floral-frutada. Abre com um acorde picante de bagas vermelhas (framboesa e groselha preta) e lichia. As notas de topo introduzem um corpo floral e radiante com notas de rosa e jasmim, além de um belo toque de patchouli. Por fim, almíscar, cedro e fava tonka garantem uma secagem sensual.

Ao tocar a pele, Byzance Gold é como uma explosão de rosas e framboesas mergulhadas em um hidratante de lichia. E é isso que permanece – pelo menos em mim – a maior parte do tempo. É claro que dá para notar uma nuance mais ardida aqui (groselha) e outra mais quente acolá (patchouli). Ainda assim, a fragrância segue aquele estilo “fruitchouli” (patchouli-frutado) similar ao de outras do mercado.

Uma característica que se repete aqui é a baixa projeção. A durabilidade é boa, mas realmente a fragrância se mantém muito rente à pele, focando nas pessoas que preferem uma aura perfumada ao invés de algo invasivo e de muito rastro.

Outro ponto que salta aos meus olhos (e nariz), enquanto crítico, é a baixa adequação do produto ao conceito. Particularmente, me faria mais sentido encontrar a fragrância de Byzance Eau de Parfum (2019) neste frasco de Byzance Gold e vice-versa.

E por mais que, na maioria das vezes, eu goste das fragrâncias da grife Rochas, preciso admitir que esta me decepcionou. Para uma versão Gold – geralmente comercializada para noites especiais –, é inocente demais, merecia uma dose muito maior do acorde frutal de saída, a fim de impactar, e não entrega o que custa. Pelo visto, o ouro Bizantino não tem tanto valor.


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BORRIFANDO CONHECIMENTO HÁ ANOS. Crítico de fragrâncias, jurado de premiações nacionais nas categorias de perfumaria fina e cosméticos masculinos, além de consultor particular de estilo em fragrâncias e criador do Perfumart, maior blog especializado no assunto.

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