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CHÁ BRANCO, DE TANIA BULHÕES

Chá Branco é um perfume que carrega uma fragrância cheia de história. A ideia nasceu da própria fundadora, Tania Bulhões, quando abriu a sua primeira loja em São Paulo e percebeu que faltava uma assinatura olfativa que lhe remetesse ao ar fresco do campo, ao cheiro da sua cidade natal, Uberaba.

Era o início dos anos 90 e a fragrância foi lançada para ambientes, inicialmente. Para ser mais preciso, começou a ser vendida em forma de aromatizador de ambientes, mas logo as clientes mostraram interesse em aplicá-la no corpo. Nascia um best-seller!

A fragrância de Chá Branco é classificada como fougère-aromática e carrega as folhas do chá branco em sua abertura explosiva, revelando um corpo de rosas brancas marcantes, sobre uma base de fava tonka e muito almíscar.

A palavra que define esta fragrância é LIMPEZA! A empresa não divulga as pirâmides olfativas de seus perfumes na totalidade, mas eu também consigo sentir nuances de bergamota, alecrim, lírio do vale e jasmim. Além disso, há um composto chamado dihydromyrcenol que é muito evidente nesta composição, pois traz o efeito pelo qual ficou conhecido, quando de sua descoberta na perfumaria, que é o “novo frescor”.

Suas facetas são frescas e levemente florais, cheirando a lima e flores doces e com muita aplicabilidade em saboaria. Por isso, a gente logo lembra de roupa lavada e sabão em pó.

Na minha pele, Chá Branco se comporta de forma extremamente linear. Não é uma fragrância de revelações, mas de impacto. Ainda que o cheiro das rosas confira um tom mais feminino e sóbrio, está longe de ser um perfume feito apenas para mulheres, sobretudo, as mais velhas. Mas também não posso ser leviano em dizer que o público-alvo é amplo e que esta fragrância combina com os jovens rapazes da balada.

Claramente, Chá Branco continua sendo uma fragrância que se comunica diretamente com mulheres requintadas, que compram os produtos da marca há anos e fizeram dela a assinatura olfativa de suas casas. Mas também faz bonito na pele dos homens que prezam pelo frescor e sofisticação e que apreciam as colônias francesas e italianas, mas nem sempre querem exalar o cheiro de bergamota, neroli ou petitgrain.

Chá Branco carrega as dores e os prazeres de um produto consagrado no mercado. Por um lado, tem o peso de cheirar como ambientes de luxo e as próprias butiques da marca, algo que nem sempre os consumidores querem levar na pele. Por outro, arranca elogios sem esforço e se adequa a qualquer situação, sem renunciar à qualidade e ao impacto (não se engane, pois o rastro incomoda se você abusar nos sprays).

Para mim, Chá Branco tem cheiro de noiva em dia de casamento. Aliás, deveria ser indicação obrigatória em qualquer prova de vestido, pois é o cheiro que eterniza qualquer mulher que caminha ao som da marcha nupcial. É branco, elegante, singular e romântico.


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BORRIFANDO CONHECIMENTO HÁ ANOS. Crítico de fragrâncias, jurado de premiações nacionais nas categorias de perfumaria fina e cosméticos masculinos, além de consultor particular de estilo em fragrâncias e criador do Perfumart, maior blog especializado no assunto.

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