Emulsione Libera foi lançada em 2013, mas não está mais disponível no atual leque de opções da casa, assim como aconteceu com Eros. Seu nome significa, em Português, “Emulsão Livre”, que faz ligação com as emulsões utilizadas pelos químicos e farmacêuticos de outrora.
Emulsão é a mistura entre dois líquidos, em que um deles encontra-se na forma de finos glóbulos no seio do outro. Como é instável termodinamicamente, precisa de energia para se combinar através de agitação, homogeneização ou processos de spray. Com o tempo, as emulsões tendem a retornar para o estado estável, como óleo separado da água.
Nesta composição, foi emulsionado o óleo de rícino (óleo de mamona), de forma que não ficasse perceptível seu ranço e um desagradável ingrediente ativo. Além disso, a fragrância conta com notas de ananás, mamão papaia, chá verde e mandarina, no topo; Violeta, jasmim, cardamomo e noz-moscada, no corpo; Âmbar, chá verde, almíscar branco e sândalo, na base.
Na pele, Emulsione Libera apresenta uma saída forte e diferente. Quem lê a pirâmide olfativa, pode vir a imaginar uma saída super frutada, mas não é o que acontece. A violeta, que está no corpo da fragrância, aparece de imediato, se misturando às nuances frutadas e ao chá verde. E isso resulta em um aroma que faz lembrar das facetas terrosas da íris e até de algumas fragrâncias com nuances de patchouli. Esse cheiro doce-atalcado das violetas me parece vir mais dos caules do que das folhas que, normalmente, possuem nuances mais verdes.
Não há muita evolução, mas o cardamomo e a noz-moscada dão o ar da graça. Depois de cerca de três horas, a projeção diminui bastante e o perfume fica mais suave e cremoso, com um leve toque do sândalo.
Novamente, a Peccato Originale conseguiu criar uma fragrância diferenciada e de fixação muito boa. Minha crítica fica para a projeção, que merecia ser mais forte, pois é o tipo de perfume que merece exalar muito e que desperta a curiosidade dos outros.
*imagem: reprodução /shop.peccatoriginale.com