Lançado em 2013, este perfume me deixou muito curioso, quando começou a aparecer por aqui, tendo em vista os inúmeros elogios que eu li e ouvi a seu respeito. E agora que, finalmente, eu consegui um frasco, posso dizer que foi uma grande decepção para mim. Mais uma vez, reforço a tese de que nunca se deve comprar um perfume antes de experimentá-lo na própria pele, salvo raras exceções, nas quais é impossível agir de tal forma.
Mas por que a decepção? Porque eu esperava muito mais. Não consigo enxergar a qualidade que tanto se falou. O conceito também é confuso: fazer o contraste entre o metal quente e o frio, criando um ponto de equilíbrio entre o perigo e a tranquilidade. Tirando as nuances metálicas, não vi tal relação!
A fragrância é composta por notas de toranja, na saída; ruibarbo, no coração; cedro e âmbar, na base. Esta é a composição oficial, sobre a qual a mesma foi construída. Mas outras notas complementam a pirâmide olfativa. São elas: gálbano e pimenta rosa, no topo; abacaxi, no coração; fava tonka, na base.
Assim que aplicada, possui saída aromática e doce, com um teor frutado. Em cerca de 10 minutos, o ruibarbo domina e começa a apresentar suas nuances metalizadas e amargas, que reforçam, ainda mais, o aspecto verde e amargo do gálbano. Este aroma prevalece por um bom tempo, durante a evolução e, nesta hora, não tem como não comparar Hugo Red com Azzaro Night Time (2011). Se tornam muito parecidos! Porém, este último não tem nada de noturno, lacuna que foi melhor preenchida por Hugo Red. Após um bom tempo, quando você já se acostumou com tanto teor sintético, a fragrância começa a se tornar mais doce e oriental, com uma leve ajuda do âmbar, que dá um toque mais sensual à mesma.
Na minha opinião, é um perfume oriental-frutado, com um fundo amadeirado. Já vi reclamações de pessoas que não sentiram o “apimentado” e, obviamente, vão continuar sem sentir, pois a pimenta rosa não resulta em um aroma apimentado, como muitos pensam.
Hugo Red vai muito bem em baladas ou eventos noturnos, pois projeta e fixa de forma bem razoável, mas não me conquistou ou convenceu. Por fim, o frasco manteve a identidade visual da linha Hugo, com o famoso formato de cantil, além de trazer uma pintura termocrômica, que escurece com o contato e o calor das mãos. É um diferencial, mas nada muito perceptível.
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