Lançado em 2011, após o sucesso obtido com as vendas de Azzaro Pour Homme Elixir (2009), este perfume entrou na minha lista de desejos, desde que o conheci em uma viagem internacional. Mas acho que a empresa se perdeu no conceito, ao afirmar que o nome descreve, claramente, o momento ideal para se usar esta nova expressão olfativa, ou seja, à noite. No meu ponto de vista, esta fragrância pode ser usada a qualquer hora do dia, mas não consegue ser tão sensual ou sedutora quando a versão Elixir.
Azzaro Night Time é mais versátil, ainda que transmita muita confiança. E não possui notas orientais, a fim de amplificar a faceta oriental. Muito pelo contrário, não é doce, tampouco cremosa. É aromática e verde, com uma base amadeirada. Suas notas combinam laranja amarga e ruibarbo, no topo; acorde de samambaia, pimenta preta e noz-moscada, no coração; cedro e vetiver, na base.
Segundo o fabricante, seria uma releitura do clássico de 1978, Azzaro Pour Homme, mantendo a mesma estrutura olfativa: caráter (representado pelo anis), sedução (representada pela lavanda) e atemporalidade (representada pelo vetiver). Neste aspecto, eu concordo! Esta versão Night Time consegue ser forte, sedutora e atemporal, dentro dos moldes do mercado atual masculino. Não é datada, mas também não é baladeira.
Quando atinge a pele, a saída é frutada, sem ser suculenta. O ruibarbo tem esse aroma azedo e frutado que combina muito bem com notas de especiarias. E a laranja ajuda a dar o tom cítrico e amargo. Embora muitas pessoas não gostem da nuance do ruibarbo, para mim essa é a parte mais interessante neste perfume. A evolução traz uma etapa mais verde. Ainda que a samambaia não tenha cheiro, como a arruda ou a hortelã, por exemplo, o acorde utilizado, juntamente com a pimenta, fornece um cheiro mais seco, antecedendo a base amadeirada. O cedro, na minha opinião, encerra a evolução com primor. Seu aspecto resinoso, verde, quase cítrico e luminoso, produz um efeito positivo em qualquer fragrância masculina.
Fazendo uma comparação crua, eu diria que esta versão é a mais jovial e segura de todas, enquanto a versão Elixir seria a do homem conquistador e romântico e a versão original, a do homem clássico e de mais idade.
Por fim, o frasco manteve a mesma identidade visual da linha Pour Homme, com um discreto degradê em tons de cinza.


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Ótima resenha, tenho essa joia e adoro, recebo mais elogios com ele do que com o badalado Bleu, que comprei no escuro por causa das resenhas favoráveis e que pro meu gosto não vale o quanto pedem…