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JASMIN ANGÉLIQUE, DE ATELIER SEGALL & BARUTTI

Perfumart - resenha do perfume Segall&Barutti - Jasmin Angélique

Jasmin Angélique foi lançado em 2015 e trouxe uma fragrância floral-verde e unissex. E antes de qualquer outra coisa, vale a pena explorar um pouco mais o tema da Angélica, pois não é difícil surgirem dúvidas sobre esta matéria-prima.

A Angélica é, na verdade, um gênero botânico composto por cerca de 50 espécies, com flores brancas ou verde-esbranquicadas, que fazem parte da família Apiaceae. Na perfumaria, normalmente se utiliza o óleo essencial (obtido por destilação das raízes e grãos) da Angelica Archangelica. Entretanto, outra flor também é chamada de Angélica na América do Sul: a tuberosa (Polianthes Tuberosa). Nomes como Angélica de bastão, Vara de São José e Nardo costumam ser atribuídos a esta flor. Para confundir um pouco mais, vale lembrar que o Nardo é da família das Valerianas e seu nome científico é Nardostachys Jatamansi. Toda essa confusão ocorre por causa da similaridade física e aromática que existe entre elas.

Jasmin Angélique possui notas de limão da Sicília, pimenta Sichuan e angélica, na saída; Jasmim do Egito, figo e gálbano, no coração; Incenso, âmbar e fava tonka, na base.

Na pele, a fragrância é deslumbrante (aliás, já elogiei os florais produzidos pelo Atelier Segall & Barutti antes). A saída é floral, com nuances adstringentes (por causa do limão) e um toque herbal. De imediato, percebe-se que Jasmin Angélique é vibrante e não foi feito para pessoas tímidas ou que condenam o uso de perfumes mais marcantes.

A evolução traz a sensualidade do jasmim e um leve teor de folhas de figo. Mas o que se destaca, de verdade, é o gálbano, cheio de nuances amargas e verdes. Também, é o que torna este perfume compartilhável. Sem este ingrediente, a fragrância perderia a faceta mais atrativa ao olfato masculino.

Para finalizar, Jasmin Angélique seca trazendo um âmbar de facetas levemente atalcadas, com um fundinho esfumaçado e uma sensação que me fez acreditar na presença do almíscar na composição.

Não é uma fragrância mega inovadora, em se tratando de florais verdes, mas é bem feita e trouxe uns toques diferenciados, como o figo, por exemplo. Além disso, possui muita qualidade, sem necessitar de compostos sintéticos para auxiliar na performance.

Se eu tivesse que traçar um paralelo para exemplificar Jasmin Angélique, eu diria que a perfumista criou um híbrido de 411 Intenso com Chanel Nº. 19 EDT. Vale a pena conhecer!

*imagem: reprodução / www.ateliersegallbarutti.com.br


 

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BORRIFANDO CONHECIMENTO HÁ ANOS. Crítico de fragrâncias, jurado de premiações nacionais nas categorias de perfumaria fina e cosméticos masculinos, além de consultor particular de estilo em fragrâncias e criador do Perfumart, maior blog especializado no assunto.

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