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JIMMY CHOO MAN BLUE, DE JIMMY CHOO

Perfumart - resenha do perfume Jimmy Choo - Jimmy Choo Man Blue

Jimmy Choo Man Blue foi lançado em agosto de 2018, dando seguimento à linha de perfumes masculinos da grife, após o lançamento da versão tradicional, em 2014, seguida pelas versões Intense (2016) e Ice (2017).

O conceito criativo da fragrância está relacionado ao homem mais jovial, que já morou fora (ou, pelo menos, conhece outras culturas), que trabalha em uma startup (empresa emergente) e se locomove nas grandes cidades de bicicleta, de patins ou até de skate. É aquele homem recém-formado, de estilo descontraído e cheio de autoconfiança.

Tive o prazer de conhecer, com exclusividade, o lançamento (em São Paulo) e na ocasião falei dessa relação com a imagem trabalhada na campanha, do “novo executivo”, que é capaz de vestir um terno sob medida e calçar um par de tênis brancos, montando um visual nada clássico. E a fragrância de Jimmy Choo Man Blue combina bastante com esse conceito, o que já é um ponto positivo, pois entrega o que promete na propaganda!

Em questões mais técnicas, o perfume foi criado por Nathalie Lorson, profissional que já trabalhou com grifes como Dior, Armani, Lalique, Lancôme, YSL, entre outras. Para construir Jimmy Choo Man Blue, ela misturou notas de sálvia esclareia, bergamota e pimenta preta, na saída, com âmbar cinza, acorde de couro e cipreste, no corpo da fragrância, sobre uma base de sândalo, vetiver e baunilha.

Normalmente, os perfumes masculinos da grife não são considerados inovadores, tampouco, potentes. E desta vez, não foi diferente. Entretanto, gosto de ter as minhas expectativas atendidas com relação ao que espero e ao que sinto na pele, como resultado. E Jimmy Choo Man Blue tem um estilo fácil de agradar, unindo duas famílias olfativas que os homens adoram: aromática e amadeirada. Esse tipo de fragrância consegue fazer a transição entre momentos e abordagens: começa de forma mais leve e termina de forma mais densa; mostra um lado mais despojado e, com o passar do tempo, uma faceta mais séria de seu usuário. Tem tudo a ver com o público-alvo desejado.

Na pele, a fragrância começa com tons mais verdes e cítricos. A bergamota realmente está presente, mas dura pouco tempo. Em questão de minutos, um lado mais elegante começa a aparecer, como se uma peça de camurça tivesse sido jogada sobre o que estava lá, abafando o teor aromático e abrindo espaço para o que está por vir. Dá para notar algumas nuances do cipreste (entre o cítrico e o canforado), mas o lado suave e adocicado do âmbar vence a batalha. Então, surge uma base mais doce, capaz de fazer lembrar de fava tonka. É o sândalo, cremoso, flertando com a baunilha.

Na minha opinião, Jimmy Choo Man Blue não oferece concorrência para Sauvage ou Bleu. Mas lembra, depois de um tempo, o bom e velho Armani Code, só que mais suave. Não tem boa projeção, mas dura mais de seis horas na minha pele. Seria uma escolha muito acertada no início da minha carreira profissional, há cerca de 20 anos atrás, e acho que é uma grande escolha para quem está passando por esse momento agora.

Para finalizar, o frasco manteve o mesmo padrão visual, mas o acabamento em azul deu um toque de sofisticação e beleza que chamam atenção por qualquer ângulo.

 

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BORRIFANDO CONHECIMENTO HÁ ANOS. Crítico de fragrâncias, jurado de premiações nacionais nas categorias de perfumaria fina e cosméticos masculinos, além de consultor particular de estilo em fragrâncias e criador do Perfumart, maior blog especializado no assunto.

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