O perfume Juniper Reverie foi lançado em abril de 2023 e seu nome significa, em nosso idioma, Devaneio de Zimbro. Para os que ainda não sabem, o zimbro é considerado um pseudofruto, não uma baga verdadeira. É utilizado há séculos como especiaria, especialmente na culinária do noroeste europeu e pelos povos ameríndios. Também é conhecido por dar aroma e cor a algumas bebidas destiladas, como o gin.
O conceito criativo retrata o entusiasmo da primavera e o lançamento de uma nova coleção de fragrâncias, iniciada por Juniper Reverie, na época.
Engarrafada na concentração de 27%, a fragrância de Juniper Reverie foi criada pelos perfumistas Vincent Kuczinski e Ugo Charron, da Mane. Possui, no topo da pirâmide olfativa, notas de limão, zimbro, conhaque e Betahydrane™, molécula da Mane que possui facetas cítricas, amargas e metalizadas, como as do ruibarbo. No centro, um acorde de café moído fresco se une às notas de violeta, incenso e mirra. Na base, notas de almíscar, cedro, vetiver e âmbar revelam uma secagem sensual.
Ao ser borrifada, a fragrância explode com um volume aromático de zimbro que poucas vezes senti, durante anos trabalhando com fragrâncias. Nuances cítricas também exalam, mas é como se estivessem em segundo plano, cobertas por uma nuvem pesada de zimbro. Há dulçor, mas não vem do conhaque, que, verdade seja dita, pouco senti em minha pele.
O tempo passa e parece que a evolução salta das notas de topo para as de base, pois há pouco teor de violeta ou café. Mas há uma liga balsâmica e verde, com bastante teor aromático e levemente picante e, nesse ponto, a mirra é a nota em maior evidência.
Juniper Reverie exala sem piedade, é uma fragrância forte, ainda que aromática, e sua personalidade final é um pouco mais quente, com bastante âmbar e cedro. Durou mais de oito horas em mim e demonstrou grande versatilidade.
O ponto que pode ser considerado negativo, para algumas pessoas, é o fato de ser uma fragrância com apelo comercial, como várias outras que já existem no mercado. Inclusive, pessoas me disseram que “meu perfume lembrava algum outro que elas já haviam sentido”, em duas ocasiões diferentes de uso, durante minha fase de testes. Lembrando que ser comercial é importante para a marca e a Gentleman’s Nod não nasceu como uma marca de Perfumaria de Nicho, mas do segmento de cosméticos masculinos.
Sendo assim, só tenho elogios a fazer, tanto com relação à fragrância, como à apresentação do produto, com sua tampa de madeira e a moeda, em relevo, no topo.
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