Chegou ao mercado em abril de 2015 sob o slogan: “A nova fragrância para deuses vivos”, fazendo ligação com a história por trás da versão original (de 1981), inspirada na Grécia antiga. O conceito é celebrar a força do homem viril, no auge da sua glória, de forma extremamente moderna. Fica muito claro perceber que a intenção é conquistar os homens mais jovens, que já ouviram falar de Kouros, mas não viveram o auge do seu sucesso.
Outra observação importante que faço, é que esta fragrância foi concebida para o verão, mas não recebeu o nome “summer”, conforme já vem acontecendo com perfumes de outras marcas. E, por isso, é um perfume aromático e cheio de nuances amadeiradas, construído sobre 3 acordes principais: maçã verde, na saída; essência de sálvia, no corpo; acorde amadeirado e âmbar, na base.
Mais uma vez, trata-se da famosa questão em torno dos flankers. Já se foi o tempo em que um flanker era uma versão nova de uma fragrância existente, dentro de uma mesma linha, conceito e/ou DNA. Agora, qualquer novo perfume que possa ser usado para atingir uma fatia de mercado já alcançada, é envasado em um frasco conhecido pelo público e traz um conceito bonito como pano de fundo. E com Kouros Silver não foi diferente! Tentar convencer que este perfume é uma versão moderna do poderoso Kouros, parece piada.
A fragrância abre frutada, com nuances ácidas e sintéticas. Embora pareça ser linear, ela evolui, só que muito lentamente. A sálvia é bem aromática, mas também amarga. O cheiro amadeirado – que é a melhor parte – só surgiu na minha pele depois de quatro horas de aplicação.
Não é um perfume ruim, que fique claro! Mas também não é inovador. Se o intuito é conquistar os jovens, então tem tudo para se tornar um sucesso de vendas. Mas, infelizmente, a decepção em torno da expectativa criada foi avassaladora.
Aqui, o segredo é tentar enganar o cérebro e imaginar que é um novo perfume chamado YSL Silver. Pronto! Você terá nas mãos um excelente perfume para noitadas e baladas.
Mesmo com o cansaço olfativo que me causou, por causa da sua evolução lenta, ainda assim foi possível senti-lo, na minha pele, após 8 horas de uso.
E eu não poderia encerrar esta resenha sem falar do frasco, que manteve o padrão da linha, coberto por uma pintura prateada, com detalhes cromados.
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Perfume comercial, não se importaram com exclusividade, como faziam anteriormente, me remete algo misturado entre Invictus e Silver Scent, sei lá, não digo que é ruim, apenas nada de ousadia mto menos inovador.
Realmente, ele evoluiu na minha pele após duas horas, foi quando pude realmente sentir a flagrância do perfume.
Mas ele lembra algum perfume atual? Lrmbra o kouros tradicional em algum ponto? Ou é totalmente diferente?
Matheus, como eu disse na resenha, compará-lo ao Kouros parece até piada!
Totalmente diferentes!
Está mais para os perfumes atuais, como Invictus, Gentlemen Only, etc.
Bela resenha…. tudo que imaginei você a transformou em palavras certeiras.
Agora eu quero ver tudo o que “você imaginou” em um vídeo, lá no seu canal! 🙂