Lançado, em 1987, sob o mesmo nome da marca, La Perla (A Pérola) é um chipre-floral maravilhoso. Tudo indica que a fórmula já não é mais a mesma de antigamente, graças às inúmeras limitações que a perfumaria mundial vem sofrendo com o passar dos anos, no que diz respeito ao uso de algumas matérias-primas de origem natural e animal. Ainda assim, a fragrância é um esplendor entre o clássico e o elegante.
Contém notas de cravo, frésia, citrinos e osmanthus, que introduzem um buquê floral rico em jasmim, rosa e ylang-ylang, além de especiarias como coentro e pimenta. Na base, patchouli, almíscar, benjoim, âmbar, sândalo e musgo de carvalho. Há listas que citam, ainda, a presença de mel e cedro.
Quando toca a pele, é um chipre de nascimento. É forte, sensual e meio rascante, deixando a garganta levemente seca, como efeito colateral. Durante um bom tempo, as nuances de rosa e ylang-ylang (se lê “ilangue-ilangue”) são dominantes. Depois de cerca de 2 horas da sua aplicação, a projeção diminui e a fragrância evolui para uma base mais cremosa, na qual o aspecto chipre dá lugar a um perfume floral-abaunilhado, muito sedutor. E esta capacidade de mutação foi algo que me chamou bastante a atenção.
Para quem busca uma referência olfativa, são inúmeras as comparações com o Paloma Picasso. A diferença, no meu ponto de vista, é que Paloma Picasso grita que está chegando, enquanto La Perla chega de mansinho, sem estardalhaço. Consigo perceber esta fragrância como uma excelente alternativa para mulheres de negócios, que precisam estar bem vestidas, elegantes e devem transmitir confiança.
*imagem: reprodução