Em meio a uma época em que nada parece mais tão inovador, nenhum lançamento parece suprir nossas expectativas e os amantes de perfumes começam a buscar fragrâncias mais elaboradas (e caras) de coleções exclusivas, nichos, etc., ainda há esperança escondida em meio ao imenso leque de opções e marcas do mercado. Aqui está uma prova do que acabo de afirmar.
Este perfume foi lançado em 2012, como uma versão mais imponente do original, lançado há mais de uma década atrás, Le Roy Soleil Homme, de 1998. A inspiração dos frascos de toda a linha Le Roy Soleil (não somente deste aqui) foi Luis XIV, um dos monarcas envolvidos nas maiores batalhas francesas, conhecido como “O Rei Sol”. A história conta que Salvador Dali era fã do seu estilo de vida, representado pelo gosto pessoal para artigos de luxo e arte, além do seu poder e força. Esse fascínio fez com que Dali pintasse a obra “Le Roy Soleil”, em 1945.
A fragrância é surpreendente! Traz notas de saída de limão, bergamota e folhas de abacaxi, seguidas por cardamomo, lavanda e maçã verde, no coração, e finalizadas por almíscar, musgo, vetiver do Haiti e âmbar, em sua base. O fabricante não menciona a presença de couro, embora esta nota apareça no lugar do musgo, em diversas páginas virtuais.
Trata-se de um fougère levemente oriental, no mesmo estilo do famoso Le Male, de Jean Paul Gaultier, mas com suas próprias surpresas. Possui uma saída potente, intensa, com nuances vivas de bergamota e algo que eu jamais pensei que fosse relacionado à abacaxi. Normalmente, mesmo as suas folhas, possuem nuances frutadas. Na minha pele, a saída foi densa, me fazendo pensar em nuances amadeiradas, como guáiaco ou caxemira. Rapidamente, o cardamomo surge e o coração da fragrância funciona de forma brilhante. Percebe-se a lavanda e a maçã verde, ambas de maneira equilibrada. Então, o musgo e o âmbar encerram a jornada do “Rei Sol”, como um fim de tarde aquecido e sensual. Não espere encontrar rastros do vetiver, para não se decepcionar.
A projeção e a fixação são ótimas. Já no primeiro teste que realizei, ainda era possível sentir a fragrância nos meus pulsos, de forma suave, depois de 12 horas. Eu recomendo!
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Sabe me dizer se este perfume lembra o UOMINI Sport do Boticário.
Com certeza não. Até porque a fragrância é de família oriental. Acho que se você der uma pesquisada na internet, irá encontrar referências olfativas para as fragrâncias de O Boticário. No caso, Uomini Sport deve ter sido inspirada em alguma outra fragrância da mesma família olfativa.
Poxa, entendi. Sou bem leigo nesse “norte” das referências, mas vou pesquisar. Enfim obrigado pela resposta, gosto muito dos artigos que você posta. Aproveitando, vc se lembra de cabeça de alguma referência que já foi feita ao Uomini Sport?
Obrigado 🙂
Acabei de ler em um fórum que ele se parece com o Eternity, de Calvin Klein. Não posso opinar, mas vale a pena passar numa loja e testar na sua pele. Quem sabe? 😉
Maravilha, passo na Sephora ainda hoje para experimentar. Obrigado 🙂
Minha mae, já a muitos anos. É incrível, mas não encontro a versão feminina, o que é uma pena
Comprei para presentear meu pai e amei esta resenha!!! Espero que ele também ame o perfume!!!
Poxa, que bom que você gostou da resenha. Espero que seu pai goste também!
Particularmente, achei uma fragrância muito bem elaborada e, como a maioria dos perfumes Salvador Dali, muito subestimada.