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L’EAU SERGE LUTENS, DE SERGE LUTENS

 

Perfumart - resenha do perfume L'Eau Serge LutensL’Eau Serge Lutens foi lançado em 2010, mas há quem defenda que seu lançamento ocorreu em 2009. Seu nome significa, em Português, “Água Serge Lutens” e ficou conhecido como o primeiro “anti-perfume” criado por Serge, indo por um caminho completamente diferente do que já existia na casa.

Para nós, brasileiros, o termo mais parece um tipo de protesto contra o uso de perfumes. Contudo, no mercado da perfumaria, o termo “anti-perfume” está ligado às criações inusitadas, que misturam acordes sintéticos e naturais e resultam em algo nunca sentido antes. Normalmente, se aplica às fragrâncias frescas e que dão a impressão de que você está sem perfume.

L’eau Serge Lutens foi a primeira fragrância da linha “Águas” e Serge define o seu conceito assim: “Na minha mente, eu via sempre um ferro quente, movendo-se para a frente e para trás sobre lençóis recém-lavados. Finalmente, consegui converter a imagem em uma fragrância e pude tirar isso da minha cabeça. Esta fragrância deixa a pessoa com a impressão de ter seu rosto em uma fronha de algodão”.

A composição traz notas de aldeídos, citrinos, magnólia, menta, sálvia, almíscar e notas ozônicas. L’Eau Serge Lutens não é um perfume ruim, muito pelo contrário, é muito gostoso. Mas existem aspectos que eu, particularmente, gosto de levar em consideração como: qualidade do olor, se tende mais para o natural ou para o sintético, se fixa bem, se tem projeção, etc.

Partindo desse ponto, eu diria que este perfume é um floral muito bem feito, com um tom bem natural, mas que morre aí. Tem uma bela nota de magnólia, com uns tons cítricos e mais nada. Eu não sinto a sálvia, o almíscar, muito menos, a menta. Além disso, é o tipo de fragrância vendida como unissex e que tende mais para o feminino. Está mais para um perfume feminino compartilhável do que unissex, na minha opinião. Pra finalizar, possui baixa performance: projetou e exalou, magnificamente, durante cerca de três horas. Porém, passado esse tempo, mal pude sentir qualquer resto da fragrância nos meus braços (lembrando que o perfume tende a grudar nos pelos dos braços masculinos).

Por isso, me decepcionei. Prefiro um perfume de baixa projeção que dure por horas, do que um que deixe rastro, mas precisa ser reaplicado, me deixando inseguro. E cá pra nós, quem investe em um Serge Lutens não merece passar por isso, não é mesmo?


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𝘽𝙤𝙧𝙧𝙞𝙛𝙖𝙣𝙙𝙤 𝙘𝙤𝙣𝙝𝙚𝙘𝙞𝙢𝙚𝙣𝙩𝙤 𝙝𝙖́ 𝙖𝙣𝙤𝙨. Crítico de fragrâncias, jurado de premiações nacionais nas categorias de perfumaria fina e cosméticos masculinos, além de consultor particular de estilo em fragrâncias e criador do Perfumart, blog especializado no assunto.

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