S.T. Dupont Pour Homme é um perfume lançado em 1998, mas pouco conhecido, apesar de ser de uma casa que existe desde 1872, fabricando artigos de luxo como canetas, maletas, bolsas de viagem, etc.
Neste caso, o perfume demonstra seu luxo desde a caixa – em papel camurça azul – com os textos em relevo prateado. O frasco também é diferenciado, pois a tampa não sai como uma peça à parte. Ela esconde o borrifador e passa a ideia de sofisticação, igual à versão feminina.
Agora, falando da fragrância, irei fazer uma observação em primeiro lugar: generalizações são perigosas no mundo da perfumaria! Existe um verdadeiro abismo aromático entre afirmações do tipo: “são iguais” ou “são semelhantes/similares”. E este é mais um daqueles casos, nos quais afirmações deste tipo podem ser prejudiciais (ou não, dependendo do que você espera).
A maioria das resenhas que li a respeito o igualava, imediatamente, ao Déclaration, de Cartier, o que me preocupou, pois eu já tive um frasco deste em minhas mãos e, na época, não consegui ultrapassar a barreira da experimentação. Pode ter sido o meu humor, podem ter sido inúmeras coisas, mas eu não gostei! Só fui entender a complexidade deste perfume anos depois. Entretanto, é impossível não admitir a semelhança entre os dois, afinal de contas, são tantas notas iguais na sua composição (íris, artemísia, coentro, jasmim, canela, cedro e vetiver). Mas, como eu citei antes, entre “semelhança” e “cópia”, muita coisa difere.
Enquanto no Cartier, tirando as notas compartilhadas, temos notas de vidoeiro (logo na saída), cardamomo, gengibre e zimbro, no coração, e notas de cedro, musgo e couro, na base; aqui temos gálbano e alecrim, na saída, tons florais de gerânio e lavanda, aliados ao cipreste, no coração e, na base, sândalo, patchouli, almíscar e abeto, aliados às notas de incenso e coco. A diferença, no meu ponto de vista, é a cremosidade que esta fragrância possui em sua evolução, mantendo a saída seca (que as torna tão parecidas), graças ao coentro e à íris, mas acalmando e ficando menos incômoda na minha pele, graças ao que acredito ser a junção do sândalo com as notas de coco.
A projeção é mediana, mas a fixação é muito boa. S.T. Dupont Pour Homme é um perfume que eu indicaria para ambiente de trabalho, sem medo de errar.
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