Esta nova fragrância da Natura (2014) veio para surpreender e atender as necessidades do público fiel da marca, que esperava uma fragrância nova, feminina e, sobretudo, de qualidade. Particularmente, eu não gosto de comparações pejorativas e acho que a perfumaria nacional tem evoluído a passos largos. Mas irei abrir uma exceção para fazer uso de uma expressão muito comum: “parece até perfume importado”.
E ao contrário do que já vi por aí, em alguns blogs, não irei fazer uma resenha totalmente copiada do press release enviado para a mídia. Isso me atendeu quando eu recebi o kit de lançamento, a fim de apresentar o material. Agora é hora de analisar e destrinchar os detalhes, sem preguiça.
Primeiramente, vamos falar da composição de Luna: as informações estão um pouco confusas, pois o vídeo institucional de lançamento, no qual a perfumista fala da criação, diz uma coisa; o release oficial mostra outra (como a presença de ameixa e violeta, por exemplo) e o site oficial mostra uma terceira (que só aparece nele), citando cedro e vetiver na base, diferente das demais informações.
Irei manter o que diz a criadora, pois ninguém melhor do que ela para descrever a sua criação. Além disso, é a mais próxima do press release oficial. Então, na saída temos notas de bergamota, mexerica, pomelo, framboesa, cassis e maçã. No coração, um buquê floral de rosa Turca (também chamada de rosa Damascena ou rosa Taif) e jasmim sambac (árabe). Na base, patchouli, almíscar e baunilha.
Aqui, cabe uma observação: no Brasil, muitas pessoas confundem pomelo com toranja. O pomelo é o nome que damos à Cimboa (ou laranja-natal) e a toranja (Grapefruit), é a fruta resultante da mistura do pomelo com a laranja comum, tendo polpa mais vermelha e tamanho menor. São frutas diferentes!
A fragrância de Luna é muito gostosa, de verdade. Abre frutada, levemente cítrica e com uma nuance azedinha-doce (que eu acredito ser resultante da framboesa e do cassis). O corpo floral é bem suave, pelo menos na minha pele. O jasmim é mais presente do que a rosa. Na base, segundo a criadora, o intuito de utilizarem notas de patchouli foi dar um tom de chocolate. Eu até consegui identificá-lo, mas não é nada muito vivo. A baunilha se destacou mais, deixando um rastro levemente cremoso e sensual. De toda forma, a saída frutada permanece durante toda a evolução da fragrância, o que eu admiro, pois demonstra qualidade na matéria-prima utilizada.
E embora seja categorizado como um Chipre inovador na perfumaria nacional (pelo uso da bergamota e patchouli), está longe de ser um chipre clássico, cheio de nuances musgosas e aroma carregado. O frasco de Luna possui ótima pegada, foi inspirado nas curvas da mulher e modelado sobre a argila, até ganhar forma. É tingido em um degradê de branco e rosa, muito bonito. Vale a pena conhecer.
*imagem: reprodução / natura.com.br
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