O perfume Nakinn foi lançado em 2019 e faz parte da Iceland Collection, criada pela grife do segmento de nicho, a Dotti Perfumes. A coleção presta homenagem à força do povo escandinavo, à beleza da aurora boreal e às florestas da Islândia. Além disso, há um conceito trabalhado no fundo, que traz a linguagem das Runas, onde cada fragrância tem a sua própria personalidade.
A palavra Nakinn, do Islandês, significa nu em Língua Portuguesa e esta fragrância simboliza a vegetação rasteira e musgosa das florestas, que se funde aos frutos selvagens que caem pela relva e amadurecem sobre os pés das árvores. Sua runa é Jera e representa transição; o fim e o recomeço; recompensa e abundância.
Sua composição lista notas de laranja, bergamota, calone, estragão e menta do tipo Spicata, na saída; Ruibarbo, chá verde, coentro e mirtilo selvagem, no corpo; Musgo de Carvalho, cedro, sândalo, patchouli e vetiver, no fundo. É importante dizer que o perfumista por trás dessa coleção – Rodrigo Lombardi – criou um acorde (que chamou de nórdico) que estará presente em todas as fragrâncias, como um DNA próprio, e que combina bergamota, Calone, menta e estragão.
Na pele, Nakinn parece a mais versátil e compartilhável das três fragrâncias dessa coleção, mas isso muda em poucos minutos. Sua abertura é rica em teor cítrico e aromático, com muita presença de menta e estragão e um forte aspecto de casca de limão azedo. É possível sentir um cheiro de erva-doce ou anis durante a evolução e não se espante, pois é completamente normal perceber essas facetas quando se usa estragão ou o composto Toscanol.
Com o passar do tempo, um leve teor de ruibarbo aparece e se funde ao aroma cítrico do coentro. Temos, então, um coração mais ácido e que abre caminho para um novo desdobramento na evolução da fragrância, revelando sua base musgosa. Por fim, o cheiro de Nakinn já não é tão mentolado e rascante, característica que eu acredito que irá espantar o público feminino em um primeiro momento. Ele se mostra mais verde e amadeirado, mas sem carregar o aspecto datado de perfumes musgosos de outrora. Ou seja, está de acordo com o que o mercado atual celebra.
Particularmente, fiquei muito feliz com o resultado dessa coleção, pois vejo que houve um empenho em pegar o que não estava tão “finalizado” no lançamento de Profusion, para apresentar produtos mais coerentes e melhor trabalhados desta vez. Isso representa aprimoramento e olhar atento ao que foi dito pelo público consumidor. E esse olhar apurado trouxe produtos com uma bela apresentação visual e, sobretudo, fragrâncias melhores.
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amigo,e o desempenho em sua pele ? vale apena o custo/beneficio ?
Oi Maria!
O desempenho é bom, mas a relação custo-benefício é algo muito particular. Não tenho como te dizer o que vale ou não em termos de investimento.