O perfume L’Eau Majeure D’Issey foi lançado no mercado internacional em 2017 e chegou no mercado brasileiro em março de 2018. Na época, estive presente no evento de lançamento e mostrei as principais novidades da fragrância que trouxe o conceito da água como símbolo de força e movimento, como o princípio da criação. Foi, também, o primeiro perfume masculino da coleção L’Eau D’Issey a receber a nova roupagem, com frasco de acabamento curvo que, se visto de lado, traz formato semelhante ao da versão feminina (linha Pure).
Um ano mais tarde, em agosto de 2018, a grife anunciou uma nova variação em concentração Eau de Toilette Intense: L’Eau Super Majeure D’Issey. E assim como aconteceu com seu antecessor, a novidade também surgiu no mercado brasileiro em março de 2019 (clique aqui para conferir) e, novamente, os perfumistas Fabrice Pellegrin e Aurélien Guichard uniram forças para fazer o que todo flanker de respeito precisa ter para alcançar o sucesso: cortar os defeitos e reforçar os pontos fortes da fragrância base. E verdade seja dita, eles conseguiram!
L’Eau Super Majeure D’Issey continua com a mesma abordagem acerca do poder das águas tumultuosas do mar, porém, aprimorou as facetas de madeira flutuante (salgada pelo contato com o sal marinho) e tentou trazer um pouco mais de apelo noturno, garantindo que sua presença seja notada nas noites mais quentes do ano. Para tal, a fragrância agora traz notas cítricas misturadas com alecrim e sálvia esclareia, na cabeça. Em seguida, o corpo traz um patchouli misturado com acorde de sal negro, além de madeiras e cashmeran. O fundo ficou mais sensual, com baunilha negra de Madagascar, fava tonka, madeira flutuante e couro.
Na pele, a versão Super dá um banho (trocadilho intencional) na versão anterior. Se antes a saída era mais aquosa, agora ficou com aspecto mais adocicado e levemente frutado, muito disso por conta do esclareol. Da mesma forma, a evolução nos trazia mais nuances aromáticas e um resultado mais jovial. Já nesta versão, a evolução nos brinda com um cheiro defumado – conhecido por quem tem contato com o gosto e o cheiro do sal negro para uso culinário – e um resultado final mais sóbrio, ou melhor, maduro.
Ainda tratando de fins comparativos, posso dizer que L’Eau Super Majeure D’Issey apresenta, de imediato, o que a versão anterior só entregava depois de uma hora sobre a pele. Já nos quesitos de durabilidade e projeção, sinceramente não senti muita diferença. Ambas são boas, mas, desta vez, o que conquista é a fragrância, não o alto poder de fixação.
O padrão visual foi mantido, mas a tampa de alumínio escovado e o frasco ganharam uma pintura em tons de azul marinho, deixando o produto ainda mais bonito do que antes.
Agora sim, tenho a impressão de estar no mar como um náufrago, boiando com a ajuda de um pedaço de madeira, por dias, em busca de terra firme. Se você, leitor(a) do blog, só pode investir em uma das versões, meu conselho é escolher esta aqui.
PS: já temos um novo flanker no mercado e se chama L’Eau Majeure D’Issey Shade of Sea e faz parte da coleção Shades of Paradise.
Há anos procuro um crítico de perfumes que me leve a imaginar o a fragrância através da resenha. Estava acostumada com Chandler Burr, mas não tenho visto mais suas resenhas semanais. Ele me inspirou a usar perfumes como o Feminine de D&G (difícil de encontrar atualmente); o Rose Cannabis de Fresh e Virgin Island, de Creed. Vou tentar seguir tuas experiências. Obrigada.
Obrigado. Me sinto honrado com este seu comentário!
Excelente resenha!
Acabei de adquirir um no blind e a resenha me ajudou a imaginar o perfume!
Espero que corresponda às suas expectativas. Um abraço.