Paco Rabanne Pour Homme faz parte da seleção de clássicos do universo da perfumaria. É como se fosse um time de futebol com os melhores jogadores de todos os tempos. Neste caso, o time seria composto por Quorum, Tsar, Jaguar for Men, Azzaro pour Homme, Givenchy Gentleman, etc. Mas se você não curte nada antigo e o “cheiro de tiozão” te incomoda, então essa partida você não precisa assistir.
Paco Rabanne Pour Homme foi lançado em 1973 e criado por Jean Martel, que assinou clássicos como Jules, para Dior (em 1980) e Azzaro for Women, para Azzaro (em 1975). Obviamente, depois de mais de 40 anos, só conseguiu sobreviver com reformulações e atualizações visuais. O frasco atual é esse da foto acima.
Com relação à composição original, possuía notas de sálvia esclareia, alecrim, folhas de louro e jacarandá, na saída. O corpo era composto por notas de gerânio, lavanda e fava tonka, enquanto a base trazia notas de mel, âmbar, almíscar e musgo de carvalho. Na composição atual, a fragrância conta com notas de bergamota, tomilho e lavanda, seguidas por um coração de gerânio e cravo da Índia, com um fundo de tabaco e musgo de carvalho.
Na pele, a mudança não foi grosseira, mas a fragrância mudou de forma considerável. Na minha opinião, para melhor! Quando conheci esse perfume, nos anos 90, ele tinha uma característica muito forte de barbearia, cheio de nuances balsâmicas e canforadas. Demorava muito tempo para acalmar e mostrar a lavanda e a base musgosa, adocicada pelo mel. Hoje, está mais cítrico e verde na saída. No lugar do louro, o tomilho – mais aromático – faz toda a diferença. A base ficou um pouco mais esfumaçada e seca, por causa do tabaco.
Resumindo, a versão original se comportava mais como um puro fougère, enquanto a atual funciona como um aromático-fougère. Em termos de projeção e fixação, Paco Rabanne Pour Homme continua exalando muito e durando o suficiente. E como eu sempre digo com relação aos clássicos, acho que todo homem deveria ter um frasco desses em sua coleção. Não precisa usar todos os dias, mas vale a pena visitar vez ou outra.


Latest posts by Cassiano Silva (see all)
- Sexo e perfumaria combinam? - 25/02/2021
- CUPIDOS KISS, DE ARTS & SCENTS - 22/02/2021
- LIGHT OF ORMUZ, DE ARTS & SCENTS - 19/02/2021
- Givaudan compra a francesa Myrissi e reforça investimento em inteligência artificial. - 17/02/2021
Olá,eu discordo quanto a qualidade,tenho as duas versões desse clássico aqui comigo,e realmente a versão original era mais canforada e fresca,essa atual depois da vibe inicial,se torna enjoativo,ele evolui para um perfume denso demais,.e acredite ,.eu tenho as duas versões desse Paco Rabanne ,porque quando adquiri o vintage a uns 25 anos atras,eu era muito jovem,e não curti o cheiro deste perfume na ocasião,depois de muito tempo,eu o reencontrei entre minhas coisas,e foi uma grata surpresa.
Perfeito! Discordar faz parte e na perfumaria, com tantas nuances, acordes e peles, fico ainda mais feliz em ler esses relatos.
Olá Cassiano,
Esse foi um dos meus preferidos perfumes na década de 70, junto com o Captain e Givenchy. Tem uns 40 anos +ou- (estou com 56) que não o via 🙂
Hoje, por acaso, numa loja “degustei” um e bateu a saudade, resolvi buscar na net para comprar quando encontrei o blog, tuas informações me animaram ainda mais na minha decisão de compra do Paco. Bacana!!
Abs
Marco