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PANORAMA EDP, DE OLFACTIVE STUDIO

Perfumart - resenha do perfume Olfactive Studio Panorama

Esta marca de perfumes de nicho foi completamente inspirada na arte da fotografia.

O fotógrafo desta obra foi Miguel Sandinha e a inspiração desta fragrância foi aquela sensação de abraçar e ser abraçado por uma vista deslumbrante, efeito produzido pela imponência de um panorama, quando se encontra o local exato.

O perfumista foi Clément Gavarry, que já criou para grifes como Carolina Herrera, Tom Ford, Prada, além de Natura e O Boticário, entre outras grifes de renome.

Esta fragrância foi lançada em 2014 e é composta por notas de folhas da figueira e de bambu, acorde de wasabi, limão e bergamota, na saída; gálbano, cardamomo, folhas de violetas e acorde de grama fresca cortada, no corpo; absoluto de mirra, bálsamo de abeto, patchouli, fava tonka, baunilha, almíscar e ládano, na base.

Na pele, Panorama é um perfume realmente verde, sem ser datado ou trazer aquele cheiro das colônias mais tradicionais, puxadas para o lado cítrico. É uma espécie de reinterpretação de fragrâncias de estilo old school e de barbearia em um único produto.

Assim que aplicada sobre a pele, a fragrância parece mais musgosa do que realmente é. Em poucos instantes, começa a mudar e apresentar facetas picantes. É claro que esse lado da evolução é resultado do uso de cardamomo e, principalmente, do tal acorde de wasabi. Como pano de fundo, Panorama tem um lado balsâmico e algumas nuances refrescantes que surgem, vez ou outra, graças às notas de gálbano e do acorde de grama fresca. E assim como acontece com uma paisagem ao longo do dia, as cores mais quentes vão sumindo conforme as horas passam. Não sinto qualquer dulçor da baunilha ou da fava tonka, mas uma suavidade equilibrada do almíscar e a insistência ambarada da mirra.  

O que mais me intriga em Panorama é o fato das notas se intercalarem constantemente, como nas fragrâncias que não possuem pirâmide olfativa definida. Ainda assim, não é um perfume linear.

Porém, Panorama peca (e muito) em questões de projeção e longevidade. A primeira é tímida demais e decepciona. A última é apenas mediana e não compensa o valor cobrado no produto. É aquele exemplo de perfume com fragrância deliciosa, saída feita com maestria e que desaparece como num passe de mágica.

Funciona melhor em dias quentes e, ainda assim, precisa ser reaplicado a cada quatro horas para que o efeito permaneça. Do contrário, ao invés de simbolizar uma paisagem verde, a imagem será de fogos de artifício: lindos quando explodem, mas de curta duração.


 

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BORRIFANDO CONHECIMENTO HÁ ANOS. Crítico de fragrâncias, jurado de premiações nacionais nas categorias de perfumaria fina e cosméticos masculinos, além de consultor particular de estilo em fragrâncias e criador do Perfumart, maior blog especializado no assunto.

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