Sauvage Parfum teve seu lançamento anunciado para setembro de 2019 e abre um novo capítulo na saga da linha Sauvage, cuja fragrância original surgiu em 2015. Desta vez, François Demachy – perfumista da Dior – inspirou-se nas áreas intocadas do deserto sob o céu de tons azuis escuros, enquanto as intensas nuances de um fogo crepitante se elevam no ar.
Em outras palavras, Sauvage Parfum representa o cenário noturno, uma vez que a versão EDT transmitia o calor do dia e a versão EDP focava na hora do crepúsculo. E para continuar contando a mesma história sem perder o contexto, a bergamota da Calábria continua trazendo as primeiras nuances da fragrância, assim como nas demais. Porém, algumas coisas mudaram! Esta composição não traz mais a pimenta Sichuan e o ambroxan, que antes era o ponto central da trama.
Agora Sauvage Parfum possui notas de bergamota da Calábria e mandarina suculenta, criando um acorde inicial frutado e picante. O corpo é amadeirado pelas notas de cedro da Virgínia e sândalo do Sri Lanka, criando um acorde cremoso e inusitado com facetas de framboesa, graças ao plantio exclusivo de um dos fornecedores da empresa, cuja parceria já dura mais de uma década. O ápice acontece na base, quando a fava tonka se une ao absoluto de baunilha da Papua-Nova Guiné, também existente na versão Eau de Parfum.
Sauvage Parfum ratifica algo que já escrevi antes: a Dior sabe fazer flankers muito bem, pois consegue unir o DNA da versão original com um toque sutil que funciona, justamente, para trazer o diferencial em cada um deles. Neste perfume, temos um misto de cremosidade e frescor que evolui para um cheiro de madeiras esfumaçadas, ficando mais denso e conferindo um tom de mistério, algo que muitos esperavam na versão Eau de Parfum, em 2018, com suas notas de baunilha e noz-moscada. E parece que eu já estava prevendo isso quando publiquei a minha análise, em março de 2018, aqui no blog.
Na minha pele, Sauvage Parfum é a versão que apresenta a melhor saída e, de forma geral, a melhor fragrância (no sentido literal). Gosto do seu teor frutado, que não é cítrico em excesso e evolui para um fumarento suave e levemente amargo. Mas deixo aqui algumas considerações particulares, que podem se repetir na pele de outros usuários: não rende em dias quentes e não tem alta projeção, decepcionando no quesito performance. A durabilidade é excelente, pois parece uma aura de energia constante ao longo do dia.
E a pergunta que todos fazem é: qual é o melhor dos três na sua opinião? Bem, o melhor é aquele que te dá mais satisfação ao usar, independente do preço, do cheiro ou da concentração. E nesse ponto, o que mais me entrega resultado ainda é Sauvage EDP.
Para finalizar, o frasco continua o mesmo, mas ganhou maior cobertura de preto, se tornando o mais escuro de todos. E vale lembrar que o spray utilizado pela Dior, nos últimos anos, é de uma qualidade surreal – borrifa macio e dispersa uma nuvem suave.
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