Em 2016, a Lanvin lançava o perfume Modern Princess Eau de Parfum, que abriu um novo pilar dentro da divisão de fragrâncias femininas da marca. Então, em 2018, foi a vez do mundo conhecer o primeiro flanker da linha: Modern Princess Eau Sensuelle, que também foi criado por Christophe Raynaud (Firmenich) e trouxe, mais uma vez, a mulher moderna como inspiração, aquela que consegue ser forte e delicada ao mesmo tempo.
A fragrância de Modern Princess Eau Sensuelle mudou o estilo, mas conseguiu manter o DNA da versão original em sua evolução, o que pode ser percebido após cerca de 30 minutos da aplicação, que é quando as duas realmente se tornam similares de alguma forma. Ela deixou para trás o cheiro vivo da maçã Pink Lady e apostou na suculência do pêssego desta vez.
A composição oficial conta com notas de toranja rosada e pêssego de videira, na saída; Peônia e jasmim, no corpo; Sândalo e almíscar, no fundo. E a fragrância não é Eau de Parfum, mas Eau de Toilette, o que acabou resultando em menos profundidade e mais explosão.
Para mim, Modern Princess Eau Sensuelle é um daqueles casos em que a emenda saiu melhor do que o soneto, contrariando o ditado popular. Normalmente, a gente tem uma tendência em criticar os flankers, mas quando comparo ambas as fragrâncias – ainda que tenha gostado da original – percebo que esta possui um ar mais carregado de coragem e ousadia, símbolos da princesa moderna.
Outro aspecto que não existia antes é a faceta saponácea, que surge da mistura do pêssego com a peônia, deixando o lado adocicado de antes em um capítulo inicial da história e mantendo qualquer uma curiosa para desvendar o seu final.
Modern Princess Eau Sensuelle é um passeio que começa com uma mordida em um pêssego carnudo, passando por um banho em um lago de águas límpidas e terminando com muita ação entre o feminismo e o senso de justiça. A mulher desta fragrância usa uma coroa de peônias e jasmins, que a deixam perfumada por muitas horas.
O frasco manteve a identidade visual da linha, ganhando acabamento fosco e um cinturão na cor prata, ao invés do dourado de outrora. E se a princesa de antes era a Branca-de-Neve, agora é a vez de Mérida (Valente) entrar em ação, com sua jovialidade rebelde e o seu arco nas mãos.