Em 2012, a casa Bogart lançou um duo de fragrâncias que retratava o contraste entre o fogo e a água; o quente e o frio: Story Red e Story Blue. O maior desafio, na minha opinião, deve ter sido criar algo mais refrescante, tendo em vista o histórico de criações potentes e marcantes, ricas em especiarias, couro e nuances intensas.
Bogart Story Blue possui notas de limão siciliano, folhas de violetas e toranja, no topo da composição. Em seguida, traz especiariais frescas, sálvia e acorde marinho, no corpo da fragrância. Cedro branco, patchouli e musgo marinho encerram a pirâmide olfativa.
Em termos de composição, combinações como esta já existem em outras fragrâncias, como Lacoste Essential Sport, Jaguar Fresh, entre outras. E por esta razão, os fãs da marca se decepcionaram com esta criação. Se formos olhar para trás, Silver Scent (de 2006) já trazia um cheiro “azedinho-doce”, que foi muito mais inovador e polêmico do que este aqui. Então, as críticas são compreensíveis.
Por outro lado, não é um perfume ruim. Logo na saída, é possível lembrar do cheiro de Silver Scent, ainda que de forma muito efêmera. Só que aqui, essa saída é muito estranha. Por sorte, ela melhora bastante, conforme a fragrância evolui. Na minha pele, Story Blue foi mutante e passou por 4 estágios distintos: uma saída estranha, passando para um estágio mais aromático, no qual a sálvia se faz presente e o aroma melhora bastante. Então, surge uma nova etapa de aspecto musgoso, lembrando algas marinhas, da qual eu não gostei muito. Até aqui, já se passou cerca de 1 hora da aplicação sobre a pele e o olfato já se acostumou com a fragrância. Então, veio a surpresa: o aspecto musgoso deu lugar à uma base mais aquática, com um leve toque de cedro.
Eu tenho a impressão de que Story Blue era um projeto guardado para alguma versão mais fresca de Silver Scent, talvez Sport ou Summer. Para mim, faz muito mais sentido entender desta forma, pois não vejo ligação com a fragrância de Story Red (ainda que oposta).
Assim como na maioria das criações da empresa, o aspecto sintético é muito evidente. E esta é a razão (e o segredo) pelo poder de projeção e longevidade das mesmas. E que venha Bogart Story Green. Já estou curioso!
Ele tem alguma semelhança com o King of Seduction? Qual fixa e exala mais?
Não conheço o King of Seduction.
Olá Cassiano, estava lendo suas resenhas do Bogart Story Blue e do Quartz Silver, ambos definidos como aromáticos frescos. Devido as notas olfativas de ambos, gostaria de saber se algum deles tem aquele fundo mais atalcado, de perfumes clássicos? E fazendo um comparativo entre ambos qual o melhor no quesito refrescância?
Não, nenhum deles tem fundo atalcado. Se você busca um fundo mais atalcado, irá encontrar em Joop! Nightflight ou Bvlgari BLV, por exemplo.
Destes 2 citados, o mais refrescante é o Quartz Pour Homme Silver.