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WOOD INFUSION, DE GOLDFIELD & BANKS AUSTRALIA

Perfumart - resenha do perfume Goldfield&Banks - Wood infusion

O perfume Wood Infusion foi lançado em 2016 e diferente do que aconteceu com as demais fragrâncias da grife, foi criado pelo perfumista Hamid Merati-Kashani, da Firmenich.

A inspiração foi a Ilha Fraser, localizada em Queensland, e considerada a maior ilha de areia do mundo. Ela foi declarada como Patrimônio Mundial, em 1992, e possui trechos de floresta tropical alta que crescem na areia, em meio aos lagos de água doce, no interior das dunas.

O conceito criativo visa retratar a variedade de madeiras exóticas ao redor da ilha. Para isso, foram combinadas notas de laranja doce do Brasil, óleos essenciais de madeiras exóticas (que transmitem o delicioso cheiro do eucalipto australiano), lavanda da Austrália, íris da Itália, almíscar, patchouli da Indonésia, âmbar, Sândalo Album da Índia e OUD.

Wood Infusion é classificado, pela própria empresa, como um perfume amadeirado, oriental, cremoso, rico e aveludado. Quando aplicado, possui saída marcante e cheiro doce, que lembra chocolate, o que me leva a crer que a faceta da madeira de agar que foi explorada, foi a mais adocicada (em contraste com a de cheiro medicinal e com a outra, de teor mais lenhoso).

Ainda na saída, é fácil notar grande presença da laranja e do patchouli, com aquela nuance que lembra o cheiro de açúcar queimado. E o aspecto unissex também surge, desde o princípio.

Uma característica interessante desta fragrância é o fato de que a íris é perceptível e não é polvorosa, mas floral-amanteigada. A lavanda funciona como elo de ligação, perdurando por grande parte da evolução, mas não é a nota que mais se destaca. Muito pelo contrário, é preciso grudar o nariz na pele para poder senti-la.

Conforme o tempo passa, o âmbar traz cremosidade, reforçando o cheiro do sândalo e amplificando, de certa forma, o seu aspecto leitoso. Ao fundo, o OUD continua exalando, porém mais suave.

Não vejo Wood Infusion como uma fragrância mais masculina do que feminina, como já li em alguns comentários de usuários estrangeiros. Para mim, é unissex em sua plenitude e, ouso dizer, poderá parecer muito doce para alguns homens, principalmente, para aqueles que não aguardam o desenvolvimento na hora da compra. Eu a interpreto como amadeirada-oriental de nuances gourmands, mas, verdade seja dita, não a vejo como uma “infusão de madeiras” propriamente dita.

Quanto à projeção, é forte no início, mas perde potência rapidamente (poderia exalar mais). A durabilidade foi em torno de oito horas na minha pele, chegando a dez em ambientes mais frios (informação que não serve de regra para muitos lugares do nosso país).

Particularmente, acho que é o tipo de perfume que pede reaplicação após umas quatro horas de uso, para voltar a exalar com toda sua exuberância. Porém, três borrifadas são suficientes em cada uso, o que compensa a relação custo-benefício.

*imagem: reprodução / goldfieldandbanks.com


 

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BORRIFANDO CONHECIMENTO HÁ ANOS. Crítico de fragrâncias, jurado de premiações nacionais nas categorias de perfumaria fina e cosméticos masculinos, além de consultor particular de estilo em fragrâncias e criador do Perfumart, maior blog especializado no assunto.

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