O perfume Dahlia Divin Eau de Parfum foi lançado em setembro de 2014 e foi criado pelo perfumista François Demachy (da casa Dior). A inspiração foi a Alta Costura, como se cada frasco de Dahlia Divin fosse um vestido customizado, iluminado por milhares de fios dourados e pedrarias envolvendo a pele.
Em setembro de 2015, a casa Givenchy lançava a versão Eau de Toilette, mais frutada e luminosa. Em junho de 2016, foi a vez de Dahlia Divin Le Nectar de Parfum, noticiado como um “elixir da potência divina”.
Desta vez, parece que o contrato com a cantora Alicia Keys não foi renovado e a garota-propaganda passou a ser a modelo Candice Swanepoel. O frasco ficou DIVINo (trocadilho intencional): ganhou acabamento em degradê e detalhes que simbolizam pequenas folhas de ouro, na tampa.
Assinando a criação, pela terceira vez, François Demachy. Sob o conceito da mulher deusa, cuja presença é radiante e dourada como o sol e o ouro (tão presente nessa linha), ele decidiu criar uma fragrância dourada, trabalhando as nuances da mimosa (Acacia Decurrens, chamada de falsa mimosa), sobre um corpo de jasmim e rosa (como na versão EDT) e a base de sândalo e fava tonka, com algumas pitadas de baunilha e vetiver, trazendo de volta a sensualidade da versão EDP.
Na pele (pelo menos, na minha), não achei a saída muito agradável. A mimosa, que pode apresentar nuances meladas, atalcadas e até verdes, trouxe uma faceta muito doce e um tanto quanto plastificada, dando um resultado muito sintético ao meu olfato. É um floral muito forte, que me enjoa um pouco. Mas calma, porque isso é apenas o início!
Conforme evolui (e demora para evoluir), as melhores características das versões anteriores começam a aparecer: o jasmim Sambac – lindo e branco, com seu perfume singular – começa a dominar o ambiente e a cremosidade do sândalo e da fava tonka se unem à doçura da baunilha, conferindo sensualidade. O cheiro da mimosa vai perdendo força, mas se mantém até o fim, só que menos pungente e muito mais balanceado. Depois de uma hora, aproximadamente, não ocorrem mais mudanças significativas e o perfume se mostra linear.
Dahlia Divin Le Nectar de Parfum é vendido como Eau de Parfum Intense, mas isso não significa que tenha mais concentração de óleos essenciais, até porque nada foi oficialmente divulgado nesse sentido e as regras de classificação precisam ser seguidas. Me parece que o absoluto da mimosa foi usado, justamente, para esta função, que foi tornar a fragrância mais intensa.
E a verdade é que Dahlia Divin Le Nectar de Parfum é uma bomba, em todos os sentidos. Projeta e dura absurdamente, com apenas duas ou três borrifadas. É um investimento garantido para quem não gosta de jogar dinheiro fora.
Para encerrar, já antecipando as dúvidas de sempre, não acho que esta versão seja melhor e valha mais do que a versão Eau de Parfum. Particularmente, eu prefiro a versão EDT, porque me deixou de bom humor. A versão EDP é a mais bem construída, tendo o melhor dos dois mundos (dia e noite, calor e frio, inocência e sedução). E a Le Nectar é a mais exagerada, feita para chamar atenção e reinar em qualquer situação.