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ENCOUNTER, DE CALVIN KLEIN

Perfumart - resenha do perfume Calvin klein Encounter Men

Encounter for Men foi lançado no ano de 2012 e seu conceito fala do homem que precisa compreender os sentimentos opostos de tensão e desejo. A campanha publicitária trouxe o ator Alexander Skarsgard que, na época, estava em alta na mídia graças ao seu papel na série “True Blood”.

O frasco traz linhas retas e se inspirou na arquitetura moderna, fazendo ligação direta com o filme da campanha publicitária, todo gravado com um filtro cinza-azulado e foco em uma casa de vidro no cume de uma montanha com vista para o mar.

A fragrância de Encounter foi criada por Honorine Blanc e Pierre Negrin, ambos da Firmenich, e traz notas de rum, cardamomo verde e mandarina, na saída; Jasmim do Egito, conhaque, patchouli e pimenta, no corpo; Cedro do Atlas, OUD e almíscar, na base.

Na pele, Encounter se revela uma fragrância romântica e sedutora. Mas a saída é muito alcoólica, diga-se de passagem, e a nota de rum não chega a mostrar sua beleza. É a mandarina que acaba dominando durante o primeiro estágio.

Entre o primeiro contato com a fragrância e as notas de corpo há um momento de estranheza, que transmite um aspecto de baixa qualidade. Mas quando a segunda marcha é engatada, Encounter pega embalo e se mostra mais maduro e sensual. A nota de conhaque é quente e confere um teor âmbar, que ganha mais presença com o patchouli. Então, a fragrância se comporta de outra forma, mais adocicada e quente, com uma secagem de madeiras leves e um toque picante pouco perceptível.

A nota da madeira de Agar (OUD) não é evidente, o que foi motivo de muita insatisfação para aqueles que compraram este perfume às cegas. E o fato é que Encounter não é um perfume de boa projeção. Muito pelo contrário, permanece rente à pele e segue o mesmo estilo intimista de The One, lançado no ano de 2008 pela grife Dolce & Gabbana. Aliás, Encounter parece ter sido uma tentativa de abocanhar aquele tipo de consumidor, que não quer deixar rastro, sim conquistar ao pé do ouvido.

A fixação também não é das melhores e Encounter acaba durando, no máximo, cerca de seis horas, exigindo reaplicação ou alguns sprays extras sobre as peças de roupa, o que não deveria ser conselho para ninguém. Ao mesmo tempo, é o tipo de perfume que conseguiu conquistar uma fatia de mercado que nunca havia se rendido à popularidade da marca e, estranhamente, nunca ganhou uma variação mais intensa, apenas uma mais fresca, lançada em 2013.

No final das contas, Encounter é um encontro inesquecível para uns e nada memorável para outros.


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BORRIFANDO CONHECIMENTO HÁ ANOS. Crítico de fragrâncias, jurado de premiações nacionais nas categorias de perfumaria fina e cosméticos masculinos, além de consultor particular de estilo em fragrâncias e criador do Perfumart, maior blog especializado no assunto.

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