Após o sucesso de Fan di Fendi EDP, de 2010, seguido pela versão Eau de Toilette, lançada em 2011 e da versão Extreme, em 2012, a grife resolveu lançar esta versão Eau Fraiche, em 2013, que vem a ser uma versão ainda mais fresca (como o próprio nome diz).
E assim como nas criações anteriores, ingredientes como o chá verde, flores brancas e o couro continuam a fazer parte do DNA da linha Fan di Fendi e não foram retirados desta versão. Porém, enquanto as versões Eau de Parfum e Eau de Toilette trazem notas de tangerina, jasmim, patchouli e couro como notas-chave em suas composições, esta aqui foi construída a partir da versão Extreme, que explorou citrinos diferentes no topo e retirou o patchouli da composição.
Temos, então, uma pirâmide olfativa que conta com notas de limão siciliano, bergamota e cardamomo da Guatemala (na cabeça), seguidas por chá verde Sencha, jasmim e flor de laranjeira (no coração), que descansam sobre uma base de cedro, almíscar, absoluto de mate e couro (na base). É considerado um floral-aquático mas, na minha pele, se comportou como um floral-verde.
A princípio, posso adiantar que Fan di Fendi Eau Fraiche é uma delícia, que ativa sensações de relaxamento e bem-estar em nossos cérebros. Para as mais ligadas em aromaterapia, fica fácil entender essa relação, que é muito comum nos perfumes que possuem notas de chá verde. Ao mesmo tempo, a saída cítrica confere um teor fresco (não ácido) que, em conjunto com o acorde floral, resulta em um cheiro verde de liberdade, de céu aberto, de limpeza e dias ensolarados.
Fan di Fendi Eau Fraiche não tem contraindicações. É um perfume fácil de agradar e, para melhorar, é bastante compartilhável. Mas, infelizmente, também tem defeitos: embora possua longa duração, projeta mal e termina muito rente à pele, sendo necessário muito esforço para sentir a fragrância sobre os pontos de aplicação.
Então, você pode pensar: “não seria normal para uma Eau Fraiche”? E a resposta é não. Por quê? Porque apesar de ser vendida como Eau Fraiche que, em teoria, é mais leve do que uma Eau de Cologne, esta fragrância é, na verdade, uma Eau de Toilette. Eau Fraiche é apenas o seu nome (que não ganhou acento (fraîche)). Portanto, para uma Eau de Toilette, possui projeção muito abaixo da desejada.
Na minha opinião, compensa caprichar nas borrifadas e focar em ambientes menores e fechados, como consultórios médicos. Adoraria sentir esta fragrância na minha dentista, por exemplo.
Para finalizar, vale dizer que o frasco manteve a mesma identidade visual – idealizada sobre as icônicas bolsas de mão da marca – e a fragrância foi criada por Delphine Lebeau-Krowiak, Francois Demachy and Benoist Lapouza, que se uniram para criar a versão masculina e assinaram algumas das versões anteriores, já citadas neste texto.
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Amo os perfumes da marca Fendi. Nas lojas, já não existem mais. Por favor, me informe se a Fendi nao fabrica mais os seus prefumes? .
Marize, a última informação que tive a esse respeito foi de que a estratégia da grife seria similar à adotada pela Chanel, que retirou seus perfumes de qualquer revendedor, colocando-os somente em lojas próprias.
Na Chanel, realmente funciona desta forma. Com relação à Fendi, nunca visitei uma loja para ver se as fragrâncias ainda se encontram à venda no Brasil. Vou tentar me lembrar se um dia avistar uma butique própria nos shoppings de SP.